O País passa por uma das fases mais graves da pandemia de covid-19. Enquanto o número de casos aumenta, a demanda em hospitais e serviços de saúde chega ao limite. Os profissionais estão cansados, faltam insumos e leitos para casos graves. E enquanto isso, a aplicação da vacina caminha lentamente pelos estados.
Para debater “a corrida contra o tempo” em busca da vacina e todo o caos na saúde pública, o Rizoma Temático foi ar nesta quinta-feira, dia 18 de março, na Rádio Unijuí FM, com três profissionais: Matias Nunes Frizzo, doutor em Biologia Celular e Molecular e professor do curso de Biomedicina e do mestrado em Atenção Integral à Saúde da Unijuí; Franciele Kinalski Turela, enfermeira do Setor de Imunizações de Ijuí, que trabalha na vacinação contra a covid-19; e Christiane Colet, doutora em Ciências Farmacêuticas, coordenadora do curso de Farmácia da Unijuí e professora dos Programas de Mestrado em Atenção Integral à Saúde e Sistemas Ambientais e Sustentabilidade.
O programa contou com a participação especial da doutora em Química Analítica, Katia Christina Leandro, que atualmente trabalha no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fiocruz, no Laboratório de Controle Físico-químico de Produtos, que avalia desde medicamentos até vacinas e alimentos. Ela é pesquisadora em Vigilância Sanitária e Saúde Coletiva e coordenadora de ensino do Instituto.
Katia destacou que a vacinação está lenta no País e que a equipe tem trabalhado 24h por dia para garantir a celeridade que o momento exige. A convidada falou sobre a importância da transferência de tecnologia, não só neste momento, para produção das vacinas contra a covid-19, mas no futuro, contribuindo para outras soluções.
E se a vacinação está lenta no País, em Ijuí não é diferente. Segundo a enfermeira Franciele, o Município vacinou 6.823 pessoas com a primeira dose da vacina, entre idosos e profissionais de saúde. Número considerado baixo, como lembra, tendo em vista que a cidade possui mais de 80 mil habitantes. Para hoje, é aguardada mais uma remessa da Coronavac.
O professor Matias falou sobre a preocupação com a falta de insumos, que atinge não apenas a produção de vacinas, mas todos os setores da área da saúde. Faltam seringas, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos profissionais, medicamentos, oxigênio e outros tantos materiais. “A alta demanda, que leva à elevação nos custos, gera escassez dos produtos e, principalmente, insegurança na área da saúde”, explicou.
Diante deste cenário, muitas pessoas acabam fazendo uso de medicamentos que sequer têm comprovação científica, seja para tratamento precoce ou possível prevenção à doença. Segundo a professora Christiane Colet, há uma divisão entre os profissionais da saúde, que defendem ou não o uso de remédios como ivermectina. Há estudos, inclusive, que já estimam as consequências do uso de determinadas substâncias.
Confira o debate completo no podcast abaixo: