O primeiro Rizoma Temático de 2021 foi ao ar na manhã desta quinta-feira, dia 18 de fevereiro, pela Unijuí FM, com um tema que está ainda mais em evidência durante a pandemia de covid-19: a dependência química na sociedade atual. A discussão antecede o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, que transcorre neste sábado, dia 20 de fevereiro.
Para participar desta discussão, transmitida ao vivo pelo Facebook da Unijuí e da Unijuí FM, foram convidadas três profissionais: a médica psiquiatra e professora de Medicina da Unijuí, Caroline Tissot; a professora do curso de Psicologia da Unijuí, Carolina Gross; e a enfermeira coordenadora da Unidade de Dependência Química do Hospital Bom Pastor, Luciane Mucelini.
“Infelizmente, enquanto instituição, temos percebido que ocorreu um aumento no uso abusivo de substâncias psicoativas durante a pandemia. Esse aumento se reflete mais em adolescentes, homens, do que em mulheres. E não apenas aqui, em Ijuí. Em conversa com outros profissionais, percebemos que essa é a mesma realidade de outras instituições”, destacou Luciane, lembrando que o papel do Hospital Bom Pastor é oferecer recursos e ferramentas para que o sujeito se recupere, se fortaleça e retorne ao seu ambiente, à sociedade. “É importante trabalhar com uma equipe multidisciplinar para que este sujeito olhe para todas as esferas da sua vida e encontre onde está o gatilho, o problema que o fez utilizar alguma substância”, completou.
Como explica a professora Carolina Gross, num primeiro momento, o uso de substâncias psicoativas, como álcool e outras drogas, pesa confortavelmente e ameniza o sofrimento vivido. No entanto, o uso constante acaba cobrando um preço alto do usuário. “O sujeito acaba se retirando do convívio social, de vínculos familiares e de amizade, ao invés de fazer frente àquilo que produz o sofrimento. Hoje estamos vivendo uma situação difícil, de isolamento, e as pessoas estão fragilizadas, vulneráveis para desenvolver o uso abusivo de alguma substância. Mas é importante lembrar que essa pessoa, que se perde nesse uso, tem na base um sofrimento. Ela está buscando um prazer, que se torna mais um problema.”
Médica psiquiátrica e professora do curso de Medicina da Unijuí, Caroline Tissot lembra que os tratamentos avançaram muito nas últimas décadas. No entanto, tão importante quanto uma nova medicação, é poder contar com uma equipe multidisciplinar no tratamento e, principalmente, com o apoio da família e de amigos. “É importante que esse usuário perceba que conta com o suporte de uma rede”, reforçou.
Confira o debate completo no podcast abaixo: