Mesmo diante da pandemia de covid-19, a Agência de Inovação e Tecnologia da Unijuí (Agit) acumulou bons resultados em 2020. Vinculada à Vice-reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, a Agência busca identificar oportunidades e promover o relacionamento da Universidade com empresas, sociedade e poder público, a fim de garantir o avanço do conhecimento e a ampliação do impacto do ensino, da pesquisa e da extensão. Toda a atuação acontece a partir de dois eixos: empreendedorismo e inovação e pesquisa, onde estão vinculadas a Incubadora de Impacto Social (Itecsol) e a Incubadora de Empresas de Inovação Tecnológica (Criatec); e desenvolvimento tecnológico e inovação.
“O ano de 2020 foi desafiador, já que exigiu uma rápida adaptação de todos. E a Agit atuou de forma a facilitar os processos para a comunidade acadêmica, parceiros, novos empreendedores e para as novas conexões”, explicou a chefe do Eixo Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Agência, Fabiana Simon, lembrando que os eventos, planejados para acontecer presencialmente, foram os mais afetados. A maioria, no entanto, aconteceu de forma online e com êxito.
Por falar em bons resultados, a Agit fechou o ano com uma captação – ou entrada de recursos – de R$ 3,9 milhões, cerca de 70% a mais em relação a 2019. Deste total, R$ 2 milhões são oriundos de emenda parlamentar e repassados via Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para implantação do Centro de Inovação e Criatividade para uma Cidade Inteligente – um grande projeto que objetiva implantar, modernizar e melhorar a infraestrutura de ambientes inovadores na Universidade e, com isso, estimular a popularização da ciência, do empreendedorismo, da inovação, criatividade e uso de tecnologias de comunicação.
Já o volume de recursos aprovados em 2020, via convênios, contratos e termos de fomento, ultrapassou os R$ 14,4 milhões, puxados principalmente pelos recursos de convênios com o MCTI para a segunda fase do Centro de Inovação; contratos de P&D com a CEEE; e contratos para a execução de projetos vinculados ao Programa de Melhoramento Genético de Plantas. “Esse volume de recursos indica um intenso movimento da Universidade pelo desenvolvimento de projetos colaborativos vinculados às demandas do mercado e da comunidade”, reforçou Fabiana.
Especificamente sobre a Criatec, Maria Odete Palharini, chefe do Eixo Empreendedorismo e coordenadora da Incubadora, comenta que o último ano finalizou com 15 empresas residentes, oito pré-residentes, cinco associadas e 24 agrupadas. Apesar da pandemia, as empresas atendidas pela Incubadora se mantiveram ativas e 15% delas apresentaram crescimento e aumentaram as equipes para dar conta das demandas. A empresa incubada Agricon foi inclusive destaque no programa Startup Agritech, desenvolvido pelo Sebrae, com a criação de uma plataforma para conectar produtores rurais a compradores globais.
Quanto à Incubadora de Impacto Social, 2020 foi marcado pela reestruturação de processos e qualificação da equipe em novas metodologias para atender à jornada dos empreendedores sociais. Atualmente, a Itecsol conta com duas empresas incubadas, com a proposta de valor de resolver problemas sociais por meio de soluções de mercado. Outra conquista importante foi a celebração de 85 termos de coleta seletiva, que visam a destinação de materiais recicláveis para as associações atendidas pela Itecsol. Como contrapartida, cada empresa participante recebe um desconto no IPTU, beneficiando-se de um incentivo previsto na legislação municipal.
“Neste ano, as Incubadoras tratarão de se posicionar como importantes atores do ecossistema de inovação regional, buscando a implementação de um espaço de pós-incubação para abrigar empresas graduadas. Também está previsto o desenvolvimento e a implementação de um modelo híbrido de incubação que permita ampliar a área de abrangência da Criatec e o escopo de apoio à jornada dos empreendedores. Para esta ação, a Incubadora aprovou, em 2020, um projeto de R$ 130 mil no Edital de Incubadoras do Sebrae, com prazo de execução de 18 meses”, comenta Maria Odete.
Para a Agência de Inovação, como um todo, o ano será de grandes desafios. Fabiana cita, como exemplo, o acompanhamento da execução de grandes projetos, a ampliação do grupo de pesquisadores com perfil para desenvolver projetos de P&D e a ampliação das conexões com as demandas de empresas e instituições, seja por meio da pesquisa ou da prestação de serviços, potencializando o impacto da produção do conhecimento e a natureza inovadora e empreendedora da formação acadêmica em todos os níveis. “Esses desafios implicam uma aproximação cada vez maior entre os atores, internamente, e a intensificação da interação da Universidade e Incubadoras no ecossistema regional de inovação”, reforçou.
Saiba mais sobre os eixos de atuação da Agit
A partir do primeiro eixo de atuação da Agit – onde estão a Itecsol e a Criatec, empreendedorismo e inovação e pesquisa, as atividades concentram-se na prospecção, seleção e incubação de empreendedores e ideias que tenham como principal característica a oferta de produtos e serviços no mercado, com significativo grau de inovação ou impacto social. O público-alvo das Incubadoras é a comunidade acadêmica e empreendedores da comunidade. As ações impactam para além da Universidade porque elas fazem parte do ecossistema de inovação regional, da geração de riquezas, emprego e renda, buscando cada vez mais aproximação com os demais atores.
Já o segundo eixo, desenvolvimento tecnológico e inovação, está voltado ao assessoramento aos docentes na busca de oportunidades de financiamento para projetos de pesquisa, P&D, extensão e cultura - institucionais e/ou colaborativos com empresas, entidades e poder público - e ao acompanhamento da sua execução até a prestação de contas. Além disso, este eixo fica vinculado à avaliação, proteção, valoração e à transferência dos resultados do conhecimento científico, tecnológico e cultural gerado na Universidade, e à relação da Instituição com as demandas da comunidade por conhecimentos e experiências produzidas no universo acadêmico.