As lideranças da Região Noroeste e Missões deram início ao processo de construção de futuro para a região. Recentemente, em encontro do Programa Inova RS do Governo Estadual, foi realizada votação que definiu a seguinte visão de futuro: "Em 2030 a Região Noroeste e Missões será referência latinoamericana de inovação por meio de uma especialização inteligente em agronegócio, setor eletrometalmecânico e geração de energia". Esta definição, que norteará o trabalho do ecossistema a partir de agora, ocorreu considerando estudos apresentados pelos Comitês Técnico e Estratégico e contribuições dos representantes de entidades presentes.
O encontro foi realizado no dia 14 de outubro, contando contou com a presença do Secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT) do Rio Grande do Sul, Sr. Luis Lamb, do Diretor da SICT, Sr. Fernando Mattos, bem como de diversos gestores e representantes de entidades da Região Noroeste e Missões. Também foram apresentados vídeos de participação do Governador Eduardo Leite, bem como do Representante do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, Sr. Jorge Audy.
A organização e condução da reunião contou com o apoio de Daniel Baggio, Coordenador do Projeto INOVA/RS Região Noroeste e Missões; Maria Odete Dos Santos Garcia Palharini, chefe do Núcleo de Empreendedorismo da Agência de Inovação e Tecnologia da UNIJUI; Thaís Priscila de Souza, Coordenadora do Comitê Técnico do Inova RS Região Noroeste e Missões; Cristiano Palharini, coordenador do Comitê Estratégico; membros do Comitê Técnico e Estratégico, além dos gestores de Tecnologia e Inovação, Cleber Eduardo Graef, Bárbara Righi Cenci e Patrícia Garcia Lazzarotti. Quanto a composição da Mesa do Inova, ela foi composta por 38 entidades indicadas pelo Comitê Estratégico, prezando pela representatividade das microrregiões bem como pelo equilíbrio entre os setores empresarial, acadêmico, sociedade civil e poder público. A Unijuí (e os projetos e espaços de inovação vinculados) foi representada pelo Prof. Fernando Jaime González, Vice-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão.
Neste encontro também foi realizada assinatura do Acordo de Colaboração da Região Noroeste e Missões, documento que pactua esforços que serão direcionados para a atuação nos projetos para alcançar esta visão. A partir de agora haverá a elaboração e proposição de projetos dentro desta perspectiva. Os projetos serão apresentados - e selecionados - na Segunda Reunião da Mesa do Inova, marcada para o dia 25 de novembro.
Mais sobre a reunião que definiu as estratégias
Na ocasião, houve a apresentação da trajetória percorrida pelo Programa, bem com dos estudos realizados pelos Comitês Técnico e Estratégico, os quais são vinculados ao Inova RS e tem atuação permanente. Neste sentido, a Coordenadora do Comitê Técnico do INOVA/RS, Thais Priscila de Souza, apresentou os resultados do mapeamento do Ecossistema Regional de Inovação – Região Noroeste e Missões, que abordou as dimensões: Talentos e Conhecimentos, Capital Financeiro, Infraestrutura para Inovação, Instituições e Legislações, Interação e qualidade de vida. O mapeamento foi realizado no período de Dezembro de 2019 a Julho de 2020, o qual englobou 9 municípios: Ijuí e Panambi (Noroeste Colonial); Horizontina, Santa Rosa e Três de Maio (Fronteira Noroeste); Três Passos (Celeiro); e Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga e Cerro Largo (Missões). O estudo identificou 5 setores potenciais para a região: Agronegócio, eletrometalmecânico, saúde, tecnologia da informação e turismo. Sua análise evidenciou que a Região Noroeste e Missões possui um elevado nível de propriedades com mecanização e tecnologia na atividade agrícola e um grande número de pequenas propriedades familiares com produção diversificada. Também se destaca o segmento de Máquinas, equipamentos e tratores da cadeia automotiva e o grande potencial turístico: Missões Jesuíticas, o Salto do Yucumã e o Parque Estadual do Turvo. Outro ponto importante destacado na apresentação foram os macrodesafios que a região apresenta, sendo eles: a) desafio posto diz respeito a conectividade dos atores que desenvolvem ciência e tecnologia com o setor produtivo que gera a inovação; b) falta de políticas públicas da maioria dos Municípios mapeados em relação a existência de políticas indutoras do processo inovativo, agravado pela falta de oferta de capital de risco; c) criação de políticas públicas que facilitem o ambiente de negócios menos entraves burocráticos; d) a modernização da gestão pública e qualificação dos empresários no sentido de criar cultura de inovação nas empresas; e) criar ambientes nas cidades capazes de atrair e reter bons profissionais evitando a exportação de mão de obra qualificada para outras regiões; f) para o nicho do Agronegócio, principal ativo regional, se percebe a necessidade de investir em gestão, tecnologia e marketing, como caminho para agregação de valor aos produtos da cadeia produtiva.
Já ao que se refere ao trabalho do Comitê Estratégico, Cristiano Palharini apresentou a proposta de visão de futuro, elaborada a partir do estudo realizado pelo omitê Técnico e considerando o contexto e as potencialidade da nossa região, sendo posta em discussão a perspectiva de que “em 2030 a Região Noroeste e Missões será referência latino americana de inovação por meio de uma estratégia de especialização inteligente em agronegócio, eletromecânico, saúde, tecnologia da informação e turismo.”
Assim, considerando a estratégia de especialização inteligente, propôs-se a discussão das áreas prioritárias e a delimitação de (no máximo) três setores para atuação intensificada no âmbito dos projetos - naturalmente, podendo haver projetos específicos ou pontuais que contemplem outras áreas.
As falas dos representantes da Mesa se deram no sentido de reforçar a importância do agronegócio para a região, bem como do setor eletrometalmecânico, do turismo e da saúde. Quanto a tecnologia de informação, houve consenso quanto a sua extrema importância da sua transversalidade, entretanto, não como uma área de especialização diretamente, mas como algo que estará inserido em todas as demais áreas. Também foram destacadas as dificuldades relacionadas à infraestrutura e logística (necessidade de um aeroporto na região, de melhora da infraestrutura de comunicação e das condições da estrutura viária) para o desenvolvimento de negócios. Além disso, também citou-se os potenciais para projetos relacionados ao pró etanol utilizando culturas típicas regionais (como cereais de inverno e batata doce, por exemplo), voltados à promoção de energia verde - havendo inclusive um projeto já em tramitação na Casa Civil, em trâmite para ir à Assembleia Legislativa. Ainda, frisou-se a relevância da produção de energia, bem como dos desafios para a implementação de redes inteligentes que sejam capazes de gerenciar a diversidade de fontes e a geração distribuída nestes sistemas. Reforçou-se a potencialidade de expandir a geração distribuída de energia renovável (como fotovoltaica, biomassa, etc.) e da atuação das cooperativas de energia, reforçando a relevância do desenvolvimento de plataformas que sejam capazes de integrar esses sistemas de geração distribuída em uma rede inteligente (o que, uma vez desenvolvidas, não só atendem necessidades da região mas também de outros lugares).