O professor Roberto Carbonera, vinculado ao Curso de Agronomia e ao Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade da Unijuí, esteve no Senegal, onde a renovação do convênio foi assinada.
Desde 2014 a Unijuí e o Instituto Superior de Ensino Tecnológico Aplicado (Iseta), localizado na cidade de Tambacounda, no Senegal, possuem um convênio de cooperação. O convênio já efetivou a vinda de três estudantes senegaleses ao Brasil, para estudar na Unijuí: Mamadou Boye Diallo, cursa o Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, já o acadêmico Amath Ndao e a acadêmica Aissatou Diouf, cursam Agronomia no campus Ijuí. Com a viagem do professor Roberto Carbonera, no começo do mês de fevereiro, o convênio foi renovado e a ideia agora é permitir que estudantes brasileiros também possam realizar estudos no país africano.
De acordo com o professor, a ideia é trabalhar com a possibilidade de intercâmbios mais rápidos, não necessariamente para fazer o curso todo. “Os alunos de lá querem conhecer o Brasil e acredito que será possível a ida de nossos estudantes, pois a Iseta tem interesse em receber nossos acadêmicos. Além disso, queremos também quebrar esse tabu de olhar somente para a Europa, para a América do Norte ou para a Ásia. A África tem muita expectativa positiva em relação ao Brasil, eles enxergam o país como um modelo de desenvolvimento, percebem os avanços daqui e acreditam que a realidade deles se aproximam com a realidade brasileira”, ressalta Carbonera.
A viagem, de acordo com o professor, tinha três objetivos: participar da Conferência sobre “Desenvolvimento Agrícola Brasileiro, com ênfase à Agricultura Familiar” voltada para estudantes do Iseta e jovens de Tambacounda; renovar o convênio entre Unijuí e Iseta, que foi assinado pelo diretor do Instituto, Mamadou Boye Diallo, e já havia sido assinado pela Reitora da Unijuí, a professora Cátia Maria Nehring; e estabelecer um aprofundamento das relações com a região de Tambacounda e a região de Dacar, capital do Senegal. Para Carbonera, a realização da viagem foi muito produtiva e os objetivos foram cumpridos.
Ele explica que o Iseta é praticamente o único instituto superior de Tambacounda e, assim como Ijuí, a cidade tem quase 80 mil habitantes e também fica distante cerca de 400 km da sua capital, Dacar. “Lá existe uma perspectiva de desenvolvimento do ensino superior, em um movimento semelhante ao realizado pela Unijuí, buscando a qualificação profissional e evitando a migração massiva que aconteceu recentemente no país africano”, relata.
Unijuí na África - A partir da experiência do curso de Agronomia com estudos da agricultura em municípios da região noroeste do Rio Grande do Sul, foi feita a proposta de realização de estudos semelhantes na cidade de Tambacounda. “Essas pesquisas são um diferencial do curso de Agronomia da Unijuí, então a ideia é levar isso para lá, envolvendo cerca de 10 pessoas da Universidade, entre professores e estudantes do mestrado e também da graduação, trabalhando em conjunto para fazer um diagnóstico mais aprofundado na região”, diz o professor. Segundo ele, a organização dos agricultores é diferente do que existe aqui: “lá o agricultor não tem a propriedade da área, a moradia acontece em vilas e não de forma individual como aqui. Temos então a expectativa de fazer esse estudo e comparar realmente como é a agricultura lá e aqui”.
Na agenda cumprida no Senegal, o professor esteve reunido com o prefeito de Tambacounda e também, na capital, Dacar, foram realizadas reuniões nos Ministérios de Formação Superior, da Agricultura, da Produção Pecuária e Horticultura, para além de uma reunião com o Embaixador do Brasil em Dacar. “O prefeito de Tambacounda demonstrou inclusive interesse em interagir com o município de Ijuí e farei contato com o prefeito Valdir Heck para viabilizar isso”, destaca Carbonera.