Unijuí no Esporte: jogar bola é coisa de mulher - Unijuí

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Durante todo o ano diversos atletas levam o nome da Universidade ao pódio, em diferentes modalidades esportivas e em todos os cantos do Brasil. São atletas que se dedicam, conquistam e se superam todos os dias. O Especial UNIJUÍ no Esporte pretende contar essas histórias inspiradoras em uma série de reportagens com atletas apoiados pela UNIJUÍ.


Nascido em 2013, a partir de excelente desempenho nos Jogos Gaúchos Universitários – JUGS, a equipe Unijuí Futsal Feminino tem se destacado nos últimos anos. As atletas mantiveram a regularidade nos campeonatos em que participaram e sempre estiveram entre as cinco melhores do estado no JUGS. O time recebe o apoio da Universidade para custear a participação em campeonatos e na disponibilidade de horários para treinos na quadra de esportes.

A paixão pela modalidade faz com que as dificuldades sejam superadas. “Elas não dependem do futsal para manter as despesas de casa, por isso têm o esporte como um hobby, uma paixão e esse é o principal motivo que nos faz seguir em frente”, conta Taís Oronha Bidinha, atleta e responsável pelo time. 

Taís também comenta sobre o preconceito no esporte. "A ideia da aproximação entre o futsal e a masculinização da mulher ainda é muito forte, o que acaba gerando preconceitos referentes à prática feminina. Não é pela questão de se ganhar um título importante, é para que o futebol feminino seja valorizado. Falta um olhar sem preconceito para se enxergar que o futebol também pode ser praticado pelas mulheres”, comenta.

O Brasil não é o país do futebol, mas o país do futebol masculino. O Campeonato Brasileiro de Futebol celebra uma média de 15 mil ingressos vendidos para cada partida. Enquanto isso, na modalidade feminina, vendeu 450 ingressos para o primeiro jogo deste ano.

Apesar do cenário ser desvantajoso e muito pouco prestigiado, alguns movimentos por parte de entidades esportivas pretendem mudar essa perspectiva. A partir de 2019, os clubes só poderão disputar a Copa Libertadores da América se possuírem time feminino. A exigência é da Conmebol. Os clubes que não cumprirem podem pagar multa ou, até mesmo, serem expulsos de competições.

 

Apoio também no Campo

Ainda era madrugada quando as jogadoras do Esporte Clube Ijuí embarcaram em um ônibus rumo a Lajeado para dois jogos no mesmo dia pelo Campeonato Gaúcho de Futebol Feminino 2017. Mais de três horas de viagem, de concentração e também de descontração para amenizar o tempo e a distância. A oração antes de entrar em campo é um ritual. Aquecimento antes da partida e uma pausa para amamentar, algumas além de estudar, trabalhar e treinar, também são mães. A rotina é parecida com a de outras milhares de jogadoras de futebol feminino espalhadas pelo país que, apesar do pouco apoio, trabalham duro. 

Há 25 anos o Esporte Clube Ijuí foi criado por um grupo de amigas que procuravam diversão. A presidente do Clube, Marli Nast Lourenzon, conta que as atletas participavam de campeonatos do estadual de futsal, já que a equipe não tinha apoio para participar de competições. Com a experiência no futebol de salão, as atletas retornavam para o futebol de campo com mais técnica, e foi assim que o Clube conquistou ao longo desses anos mais de 250 troféus em campeonatos importantes do Estado (o pentacampeonato dos Jogos Comerciários do Sesc) e também em Santa Catarina.

A Unijuí é umas das apoiadoras da equipe. Segundo Marli, o apoio da Universidade trouxe resultados dentro e fora de campo “o nome da Universidade nos deu bastante credibilidade e ficamos orgulhosas de ter em nosso material esportivo a marca Unijuí", complementa.

Mesmo assim, as dificuldades são grandes. “Falta incentivo financeiro para que o futebol feminino se torne profissional. A maioria das atletas trabalha, estuda e nos finais de semana treina ou participa de campeonatos. Estamos engatinhando em relação à Europa e aos Estados Unidos, onde as atletas são remuneradas e ganham bolsa de estudo para jogarem pelas equipes”, comenta Marli.

Todas as atletas são da região e não recebem nada para jogar, assim como os demais que trabalham pela equipe. As despesas com transporte, alimentação e hospedagem são pagas pelos apoiadores, como a Unijuí, por exemplo. O clube também trabalha com categoria de base em que faz um trabalho social com iniciação esportiva.

Com tantos anos de história e experiência, o Clube já revelou atletas que hoje atuam na Europa, com passagem pela Seleção Brasileira Feminina de Futebol. Andressa Machry, que jogou a Copa do Mundo de 2015, é uma delas. A meia campista participou da equipe dos 14 aos 15 anos de idade antes de fazer teste na Seleção. 

Conheça um pouco mais do Esporte Clube Ijuí, apoiado pela UNIJUÍ, no vídeo produzido pela Gaúcha ZH:


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