Com o objetivo de discutir os efeitos da violência de estado sobre os sujeitos, teve início, na manhã desta quinta-feira, no auditório da Sede Acadêmica da Unijuí, o Simpósio "O Sujeito Diante da Violência".
A programação engloba palestras e atividades para discutir temas sobre a violência e os Direitos Humanos. De acordo com a professora Íris Campos (DHE), uma das organizadoras do evento, é necessária uma reflexão sobre o tema, sobretudo por estarmos vivenciando um momento de polarização no país. "O sujeito que conhece a história, não a repete", observa.
Após a abertura oficial, que contou com apresentação da Cia. Cadagy, foi realizada a palestra “História da Violência de Estado na Contemporaneidade: o caso do Brasil (1937-1945 e 1964-1985)”, pelo professor Dinarte Belato, da Unijuí, com mediação do professor Walter Frantz, também da Unijuí.
“O surgimento das Ditaduras não são fenômenos isolados, estão dentro de um contexto social. Por exemplo, na década de 1950, tivemos o fim do sistema colonial no mundo, esse fenômeno produziu uma dimensão nova, um ativismo político, inclusive na América Latina. Nesse momento as ditaduras apareceram. Hoje está se preparando, novamente, um ambiente prévio de desencadeamento de uma ditadura no Brasil”, observa Dinarte Belato.
Confira uma entrevista completa com o professor Dinarte
No turno da tarde, ocorreu a defesa de dissertação do Mestrado em Direitos Humanos “Democracia, Direitos Humanos e a Ditadura Militar no Brasil: a capilarização da Vanguarda Popular Revolucionária no interior do Rio Grande do Sul por meio da Sociedade Pesqueira Alto Uruguai e a trajetória de Roberto Antonio Fortini como exemplos de (micro) resistência ao regime ditatorial“, da mestranda Clarissa Metz. A banca foi composta pelo Dr. Maiquel A. D. Wermuth (Orientador/UNIJUÍ), Dr. Ivo Canabarro/UNIJUÍ e o Dr. Solon E. Annes Viola/UNISINOS.
No turno da noite o Dr. Solon Eduardo Annes Viola, da UNISINOS, retornou ao evento e fez uma fala com o tema: “A Educação em Direitos Humanos”, mediada pelo professor Dr. Paulo Fensterseifer (Educação Física/Filosofia/UNIJUI/PPGED).
Sexta-feira
Nesta sexta-feira, 25, o evento segue com diversas atividades. No turno da manhã, a discussão Memória Social e Subterrânea na Obra de Michael Pollack, com Dr. Ivo Canabarro/História/Mestrado em Direitos Humanos/UNIJUI. E também a discussão “As (im)possibilidades do Testemunho na Visão de Giorgio Agambem”, com o Dr. Maiquel Wermuth/Direito/Mestrado em Direitos Humanos/UIJUI/UNISINOS
E, no turno da tarde, será realizada a exibição do filme “500 bebês roubados pela ditadura argentina”. Logo após, às 15h30, o público terá o testemunho da Sra. Ana Caracoche (madre da Plaza de Mayo), movimento que denuncia a violência da Ditadura Militar da Argentina.
Para encerrar a programação do evento, no turno da noite, haverá uma apresentação do Coral Unijuí e a fala “Clínicas do Testemunho: psicanálise e política”, com o Dr. Alexei Conte Indursky/Psicólogo, membro da Clínica do Testemunho/Associação Psicanalítica de Porto Alegre (APPOA). A debatedora será a MS Normandia Cristian Gilles/Psicologia/UNIJUI.
Clínicas do Testemunho
Os dois dias de evento são uma preparação para a Conversa Pública, que será realizada no dia 23 de setembro, momento em que a comunidade poderá ouvir e contribuir com testemunhos sobre o tema. Essa atividade é organizada pelo grupo Clínicas do Testemunho, da Comissão Nacional de Anistia.
São realizadores do evento: o Curso de Psicologia, Curso de História e demais licenciaturas do DHE, Programa de Pós Graduação em Educação nas Ciências e o Mestrado em Direitos Humanos, com o apoio do Sinpro/Noroeste, Cia Cadagy Unijuí, Coral Unijuí, Unijuí FM e Coletivo Textura.