Abertura da Exposição “Povos Indígenas – Identidade, Diversidade e Direitos”, no Museu Antropológico Diretor Pestana – MADP, contou com a presença de caciques dos povos Kaingang e Guarani.
Na tarde desta quarta-feira, 12, na Sala de Exposições Temporárias do MADP, foi aberta oficialmente a Exposição “Povos Indígenas – Identidade, Diversidade e Direitos”. A Exposição é composta por fotos cedidas pelo Conselho de Missão entre Povos Indígenas – COMIN e por atividades que permitem compreender na prática a realidade vivida pelos povos indígenas. Segundo Belair Stefanello, educadora do MADP, a função do Museu também é fazer questionar, “fazer com que a população sinta um pouco do que o povo indígena sentiu”. A exposição pode ser conferida até 26 de maio de 2017, e acontece com o apoio da 36ª Coordenadoria Regional de Educação - CRE e Secretaria Municipal de Educação de Ijuí - SMEd Ijuí. Após o evento foi servido um coquetel com a temática indígena.
O evento contou com a presença do cacique Kaingang, Adilson Policena, e do cacique Guarani, Anildo Romeu. “Precisamos achar uma alternativa para apoiar o povo indígena. Temos orgulho do nosso povo estar aqui vendendo artesanato, mas queremos que ele tenha o mínimo de apoio, condições mínimas de humanidade para viver. Não há ninguém melhor para levantar essas questões do que a Universidade e nós apoiamos e estamos dentro dela. A Universidade tem o papel de fazer a juventude ter esses questionamentos e lembrar que a questão indígena tem que ser discutida a qualquer hora”, destacou o cacique Adilson. Já o cacique Anildo, ressaltou o desejo de valorizar a cultura: “Queremos mostrar e falar que estamos aqui, a nossa cultura é muito importante. Estamos aqui mostrando nossa cara e nossa raça”.
Palestra – Nesta quarta-feira, no auditório da Sede Acadêmica, foram realizadas ainda duas palestras com Douglas da Rosa, Kaingang da Comunidade Goj Veso, de Iraí/RS, mestrando em Antropologia pela UFRGS. Ele abordou a questão que também é tema da Exposição “Povos Indígenas – Identidade, Diversidade e Direitos”. Segundo ele, o estado nunca deixou o societário indígena ser ouvido. “Políticas públicas precisam pensar de forma digna, não é só cestaria que circula, é conhecimento, é vida e afeto. São milhões de indígenas morando neste território, precisamos pensar a sociedade para que todos tenham voz e possam aplicar sua visão de mundo. A gente resistiu e resiste até hoje. Podem contar conosco também nessa missão. A gente precisa ampliar essa discussão”, destacou.