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Investimentos feitos na cidade chamam a atenção com empresas se tornando autossuficientes.
O sol pode fazer muito mais do que iluminar nossos dias. Ele pode ser aproveitado para a geração de energia elétrica, limpa e renovável e que ainda traz benefícios econômicos para quem tem um sistema fotovoltaico. A energia solar fotovoltaica é hoje a maior aposta da humanidade por um futuro de energia mais limpa e também avança rápido no Brasil. O crescimento do número de instalações em 2015 foi de 300% e a estimativa para 2016 é de 800% com relação ao ano anterior. Isso se deve, principalmente, ao avanço da legislação, como a resolução RN 482/2012 da Aneel, aprimorada pela RN 687/2015, que regulamentam as conexões dos geradores à rede da concessionaria e à compensação de energia.
A continuidade da redução dos preços dos módulos e dos aumentos das tarifas, bem como a expansão de linhas de financiamento, tendem a tornar a geração própria de energia através do sol cada vez mais acessível. Ações do governo do Estado também tem ajudado. Desde 01 de junho, os gaúchos ganharam um incentivo através da isenção de ICMS para a mini e microgeração de energia para consumo próprio. Em outras palavras, quem gera a própria energia, não paga imposto sobre a mesma. Novos incentivos são esperados através do Programa RS Energias Renováveis lançado nos últimos dias.
Neste cenário, há pouco mais de um ano, a empresa Elithe Engenharia instalou o primeiro sistema fotovoltaico para geração de energia elétrica em Ijuí e os resultados são excelentes. O sistema já gerou mais de 4.000 kWh e a conta de energia média da família que era de R$ 260 mensais passou para aproximadamente R$ 25. “Em termos de energia em kWh, nós zeramos a conta. O valor pago à concessionária representa apenas o custo de disponibilidade e o custeio da iluminação pública. Além disso, estamos protegidos dos aumentos das tarifas que são normalmente maiores que a inflação do País”, afirma Charles Czyzeski, sócio-proprietário da empresa Elithe.
A exemplo deste caso, a Elithe Engenharia vem realizando projetos significativos em Ijuí. Dentre eles, destaca-se a Padaria Delicia, no Bairro São José, que aproveitou ao máximo o espaço disponível em seu telhado e instalou 60 módulos fotovoltaicos, capazes de economizarem em média R$ 1 mil o que correspondente a 30% de economia na fatura de energia. Outra empresa que tomou a iniciativa de gerar sua própria energia foi a MB Lojas que instalou um dos maiores projetos de energia solar do RS, conforme o banco de informações BIG da ANEEL. “A MB Lojas, decidiu implantar um sistema de 53kWp com 200 módulos solares, que servirão para suprir 100% da demanda energética do empreendimento, tornando-se a primeira empresa de Ijuí a ser autossuficiente em produção de energia elétrica”, explica Charles.
Interligado na rede do Demei no último dia 28, o sistema deve gerar cerca de 80.000 kWh ao ano e compensar a energia consumida na matriz, na filial de Ijuí e nas residências dos proprietários. A previsão é que este investimento esteja pago em seis anos. “Já a empresa Gaspagro, desenvolveu um sistema de 13,3kWp com 48 módulos solares e agora também é autossuficiente em produção de energia elétrica. Esta ação faz parte de um programa de sustentabilidade que norteia a empresa”, completa.
Quanto custa?
Os investimentos em energia solar para a compensação partem de R$10 mil. Isto contempla um sistema com quatro módulos solares, com capacidade de gerar em média 120 kWh / mês. “Os valores relativos diminuem com o aumento do porte do sistema e podemos ter retorno do investimento em seis anos. O investimento vai depender principalmente do histórico de consumo e quanto de energia se deseja produzir. Sistemas menores tem custo relativo maior, porém quem consome menos energia normalmente tem tarifas de energia mais altas”, frisa Charles.
Outra vantagem, é a possibilidade de instalar o sistema em um endereço e abater na conta de energia de outros endereços, desde que estejam vinculados ao mesmo CPF/CNPJ e na mesma concessionaria de energia. A empresa realiza gratuitamente a análise da fatura de energia e a indicação do sistema de melhor custo benefício, apresentando ainda um estudo de viabilidade econômico-financeira.