Natural de Ijuí, Helena tem formação em Licenciatura em Música pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Mestrado em Ciências da Educação pela Universidade do Porto, em Portugal. O Comunic@ participou de um ensaio do Coral na tarde do sábado, 02 de abril, para conhecer um pouco mais da nova regente e dos seus planos à frente do grupo:
- Qual sua trajetória profissional?
Atualmente, além de reger o Coral UNIJUÍ, ministro aulas particulares de música na minha própria escola de música Espaço Musical, estou na regência do Coro Metodista e ministro aulas de música no CEAP. Já atuei como professora de Música no Sesi de Ijuí, na Escola Municipal Eugênio Ernesto Storch e na Apae de Ijuí. Já trabalhei com música em projetos socais (ONGs) e em projetos de música na UFSM, em Santa Maria.
- Já conhecia o trabalho do Coral Unijuí?
Sim, sempre ouvi falar do Coral UNIJUÍ, porém devido meus estudos fora da cidade desde os 17 anos, poucas vezes tive a oportunidade de prestigiar as apresentações.
- Fale sobre o interesse em ser regente do grupo.
Sempre gostei de música, desde criança canto na igreja, em casa, na escola, em corais, em festivais da canção, estudar e ser professora de música sempre foi um sonho. Quando chegou o momento de decidir meu futuro profissional a música foi minha primeira opção. Desde o início da faculdade me envolvi em projetos de canto coral, participei dos coros da universidade, e procurei me aperfeiçoar na regência de corais. Na minha opinião o canto coral é uma atividade essencial para formação das pessoas em todos os sentidos, desde saber se relacionar, conquistar seu espaço dentro de um grupo, superar desafios de apresentar-se em público, autoconhecimento, saber expressar sentimentos através da arte de cantar, formar laços de amizade e tornar-se um cidadão mais sensível e feliz. De certa maneira, ao assumir a regência de corais acredito estar contribuindo para uma melhor qualidade de vida daqueles que cantam, bem como daqueles que apreciam e tem prazer em prestigiar e ouvir uma boa música.
- Como é trabalhar com um projeto tão expressivo na comunidade?
Estou trabalhando com excelentes coralistas, com vozes lindas e com grande potencial vocal. Ressalto que o Coral UNIJUÍ é referência em Ijuí e na região, e está sendo uma experiência muito rica, importante e de grande responsabilidade para minha carreira profissional. Gosto de desafios e de trabalhar com prazer e alegria e espero estar transmitindo isso aqueles que integram o Coral tanto aqueles que apreciam as nossas apresentações.
- Qual o seu gosto musical?
Venho de uma linha voltada à música popular, devido meu histórico familiar, amizades e por admiração de compositores e músicos da música popular brasileira. Além disso, desde pequena escutei músicas nativistas, gospel, hinos, samba, bossa nova, nos quais compõem atualmente meus estilos de música favoritos. Mas sou aberta a todos os gêneros musicais, procuro estar sempre atualizando e diversificando meu repertório musical.
- Como vê o cenário musical atual no país?
Acho que o Brasil, desde sua descoberta, tem uma corrente muito forte para a cultura popular, consequência da história do país, da nossa colonização e daqueles que construíram o país. Percebemos a união de diferentes povos que de certa forma representaram e representam a cultura brasileira. Indígenas, afrodescendentes, europeus, dos quais fizeram com que cada região brasileira desenvolvesse ritmos diferentes e alguns semelhantes. Isso fez com que, ao mesmo tempo que algumas regiões desenvolvessem o samba, outras o carimbó, o frevo, moda de viola, bem como nativistas, sertanejas, axé, rock, bossa nova e muitos outros ritmos.
- Como você avalia a importância do ensino de música?
A cultura brasileira desde sempre foi rica e diversificada, ainda nos dias de hoje possui essa característica. Continuamos escutando compositores, músicos e bandas de excelente qualidade que têm contribuído para a cultura brasileira. Acredito que, com o ensino de volta ao currículo escolar, a música no Brasil gradativamente será valorizada novamente, e como consequência, o seu aprendizado oferecerá as pessoas a vivência e a descobertas de ritmos musicais diferentes, não apenas aqueles que a mídia transmite ou que temos mais afinidade, por termos pouco repertório musical. Claro, que ritmos, gostos e gêneros musicais, são apenas um de tantos outros conteúdos e conceitos que são estudados em música. Volto a ressaltar, que acredito que todo ritmo é válido, é uma expressão de uma história e de uma cultura de algum lugar do país, mas apenas apreciar um ritmo talvez não seja tão apropriado, devemos sempre expandir os olhares a novas melodias, novas músicas e apreciar todos os estilos e ritmos musicais, os conhecidos e desconhecidos para adquirirmos capacidade para interpretar, conhecer, entender e, aí sim, julgar ou defender ou saber qual tipo de música aprecio ou não. Mas claro, que percebemos a existência de músicas de qualidade e outras que não são de qualidade, mas isso acontece em qualquer área do conhecimento.
|
|
- Quais são seus planos para o Coral UNIJUÍ?
Os ensaios continuam acontecendo nas sextas feiras à noite e aos sábados à tarde, semanalmente. Estou acrescentando ao repertório desses 24 anos do Coral UNIJUÍ músicas da MPB, Negro Spiritual, Latinas, Eruditas, Infantis, em diversas línguas. Acho pertinente aproximar o coral da comunidade e trabalhar ao mesmo tempo músicas conhecidas com músicas pouco conhecidas do público e dos coralistas. Estou também aperfeiçoando a parte cênica, a presença de palco e a expressão corporal no coral. Neste momento, também estamos dando continuidade ao projeto As Bruxas e está previsto resgatar o projeto Em Cantos Gaúchos. Está previsto um edital para pianista ou instrumentista acompanhador, que será aberto em breve. Para o segundo semestre de 2017 será lançada uma turnê de recitais e apresentações em comemoração aos 25 anos do Coral, trazendo para o espetáculo músicas novas, mas também iremos resgatar as músicas mais marcantes da trajetória do grupo, com participações especiais.
|