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Projetos de extensão realizaram um Círculo Restaurativo com agressores de violência doméstica e familiar.
O 9º aniversário da Lei Maria da Penha no município de Ijuí foi marcado por diversas atividades organizadas pela Coordenadoria da Mulher, Fórum Permanente de Mulheres de Ijuí/RS, COMDIM e Rede de Proteção à Mulher, contando com a participação do Projeto Piloto “Sala de Diálogo: da violência ao respeito”, sob responsabilidade técnica da Promotora de Justiça Catiuce Ribas Barin, Assistente Social da Susepe Silvia Adriane Teixeira Amaral e Psicóloga e Professora do Curso de Psicologia da UNIJUÍ, Sonia Aparecida da Costa Fengler e também do Projeto de Extensão Cidadania para Todos, vinculado ao Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais da UNIJUÍ.
As atividades da semana foram encerradas com a realização de um encontro na Penitenciária Modula de Ijuí, quando, através dos Projetos Sala de Diálogo: da violência ao respeito e Cidadania para Todos, as professoras Sônia Aparecida da Costa Fengler e Ester Eliana Hauser realizaram um Círculo Restaurativo com agressores de violência doméstica e familiar, que se encontram privados de liberdade naquele espaço.
A atividade consistiu na formação de um Círculo de Construção de Paz que, inspirado em princípios da Justiça Restaurativa e no protagonismo dos sujeitos, buscou provocar reflexões sobre conflitos e violência e responsabilidade, sobre valores pacíficos e cultura de paz, bem como sobre perspectivas de futura inserção social dos apenados. Participaram do círculo 08 apenados, duas professoras, uma assistente social e um agente de segurança do estabelecimento. A atividade foi facilitada pela professora Ester Eliana Hauser.
A respeito da aplicação das Práticas Restaurativas no ambiente prisional, Ester Eliana Hauser destaca que “a atividade foi muito significativa, pois permitiu que todos falassem sobre valores, responsabilidades e sobre possibilidades de inserção na sociedade, num clima de respeito e de solidariedade, o que permitiu a vivência de valores pacíficos que certamente marcaram, de forma positiva, a todos os presentes”. Acerca da experiência, relata Sônia Aparecida da Costa Fengler que “essa vivência vem de encontro aos objetivos propostos pelo Projeto Sala de Diálogo: da violência ao respeito, que é possibilitar aos homens (agressores) um espaço de fala e, a partir disso, a responsabilização de seus atos e consequências. Assim, poderão vir a falar disso de uma outra posição, que é de reconhecimento, percebendo não somente o ato que os levou a serem privados de liberdade, mas como resolvem os conflitos no seu cotidiano.
A atividade desse dia, de prática restaurativa, de modo especial provocou diferentes manifestações através da palavra, da emoção ou do silêncio, assinalando alguns questionamentos singulares sustentados no respeito aos que ali estavam.