Em desenvolvimento desde a quarta-feira, 10, no Câmpus Ijuí, a TEC-E-INOVA tem proporcionado importantes debates sobre temas ligados ao empreendedorismo e à inovação. A seguir estão relacionados alguns nomes que passaram pelo palco da Feira de Tecnologia, Empreendedorismo e Inovação:
José Alberto Sampaio Aranha
O professor da PUC do Rio de Janeiro, José Roberto Aranha, palestrante na manhã de quarta-feira, desenvolveu o tema Modelos de desenvolvimento regionais voltados para o empreendedorismo e inovação. “Procurei mostrar que a área de desenvolvimento local está muito ligada ao que nós podemos chamar de cidades inteligentes, conceituei como os modelos de desenvolvimento local tem avançado, até chegar no que chamamos de cidades inteligentes. Dentro desse modelo, consta a questão do empreendedorismo e da inovação”. Para Aranha, empreendedorismo e inovação são uma questão de sobrevivência. “É uma maneira das localidades poderem competir mundialmente e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram naquele local. A inovação depende cada vez mais de fatores endógenos, que vêm da cultura local. A questão é como transformar essa cultura para fazer com que essa região tenha uma espécie de patente geográfica”.
Secretário Cléber Prodanov
O secretário de Estado da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cléber Prodanov, em sua palestra na manhã de quarta-feira, analisou como a aplicação de políticas de inovação estão diretamente relacionados com o desenvolvimento das regiões, de dentro para fora. “A ideia foi abordar os programas de ciência e tecnologia e mostrar como os projetos irão fortalecer o crescimento das regiões. Por exemplo, o Programa RS Tecnópole, que é o carro-chefe da nossa secretaria. Dentro dele temos o projeto de parques tecnológicos no Estado: já temos seis parques implantados e outros seis em implantação. Outro programa é o de Polos de Inovação Tecnológica, que está presente em todas as regiões do estado, um programa muito importante de transferência de tecnologia das universidades para a sociedade”.
Maria Rita Spina Bueno
Diretora executiva da Anjos do Brasil, Maria Rita Spina Bueno palestrou na tarde de quarta-feira, falando sobre a “Anjos do Brasil”, organização sem fins lucrativos criada para fomentar o crescimento do investimento-anjo no país, apoiando o desenvolvimento do empreendedorismo de inovação. Segundo Maria Rita, com o avanço das comunicações e da tecnologia, novos mercados foram se desenvolvendo mundo afora. “Startups”, as empresas de inovação e tecnologia pipocam em todas as partes do globo, inclusive no Brasil, onde existe um mercado em expansão. Nessa nova lógica de negócios, surge um novo tipo de investidor: os chamados “Investidores Anjo”. É, em geral, um empresário/empreendedor, que acumula recursos financeiros que lhe permitam investir em novos negócios. O Investidor Anjo tem como objetivo aplicar em negócios com alto potencial de retorno, que consequentemente terão um grande impacto positivo para a sociedade através da geração de oportunidades de trabalho e de renda.
Bel Pesce
A palestra “Sonhe o Impossível", da jovem empreendedora Bel Pesce, lotou o Salão de Atos do Câmpus Ijuí na noite de quarta-feira, além da transmissão para os Câmpus Panambi, Três Passos e Santa Rosa. Autora do livro "A Menina do Vale", Bel Pesce falou da sua experiência como estudante no Vale do Silício e da sua experiência como aluna do renomado Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde conquistou cinco diplomas. Durante a sua fala, Bel destacou a importância de se ter paixão por aquilo que se faz, e destacou a formação humana como o fator principal para a realização profissional em qualquer área.
Albany Árcega
A experiência do programa do Queijo Minas Artesanal, de Minas Gerais, foi um dos temas abordados na manhã de quinta-feira, em função da proximidade do tema com a realidade de produção da cadeia leiteira no Rio Grande do Sul. O palestrante foi o coordenador técnico estadual do Queijo Minas Artesanal, da Emater de Minas Gerais, Álbany Árcega, que falou sobre o trabalho desenvolvido com produtores, aliando as boas práticas e os avanços na Legislação. O Governo de Minas Gerais, preocupado em regularizar um dos produtos mais tradicionais do Estado, o queijo minas artesanal, deu início a um trabalho visando à melhoria da qualidade do produto. Entre 2005 e 2014, foi registrada uma média de 1.500 empreendimentos/ano, onde se obteve vários avanços nas legislações estaduais e federais, resultando hoje em vários empreendimentos com selo de inspeção do Estado e aptos à comercialização no mercado nacional. “Começamos da estaca zero e, a partir do momento que se levou o conhecimento e se agregaram as boas práticas, conseguimos um produto de qualidade a ser oferecido ao consumidor”.
Ivanira Falcade
A segunda palestra da manhã de quinta-feira foi com a professora do curso de Geografia e do Mestrado em Biotecnologia e Gestão Vitivinícola, da Universidade de Caxias do Sul, Ivanira Falcade. O tema por ela abordado foi o processo de obtenção do selo de denominação de origem, que protege e valoriza a identidade de produtos da região. Ivanira Falcade destacou a importância do setor produtivo junto ao processo de pesquisa. O reconhecimento dos produtos locais, a partir do selo de denominação de origem, criou um dinamismo na economia regional, segundo a palestrante. "Desenvolvemos um projeto de pesquisa na delimitação de indicações geográficas. Este projeto envolve a Universidade de Caxias do Sul, Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Clima Temperado e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em parceria com o setor produtivo, que é parte integrante do processo. A indicação geográfica, que pode ser do tipo indicação de procedência ou denominação de origem, é um processo longo, que é novo no Brasil”. O Vale dos Vinhos foi a primeira indicação geográfica de procedência no país.