Evento será realizado na segunda-feira, quando serão ouvidos remanescentes da chamada Guerrilha de Três Passos.
Na próxima segunda-feira, dia 30, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) vai realizar, no auditório do Câmpus da UNIJUÍ, em Três Passos, a partir das 19h, uma audiência pública sobre a chamada Guerrilha de Três Passos, considerado o primeiro movimento armado contra a ditadura militar.
Na oportunidade serão ouvidos os seguintes remanescentes do movimento: Valdetar Antônio Dorneles, Adão Oliveira da Silva, Abrão Antônio Dornelles, Pedro de Campos Bones, Vergilio Soares de Lima, Carlos Dornelles, Arsenio Blatt, Alípio Charão Dias e Odilon Vieira.
A audiência faz parte de uma reconstituição histórica que a CNV está fazendo do levante contra a ditadura. Por isso, um dia antes, no domingo, dia 29, a Comissão também visitará os principais pontos do percurso do grupo de Jefferson Cardim, em Três Passos, Tenente Portela e região. Os depoimentos, pesquisas e registros feitos na cidade servirão de referência para os materiais que estão sendo produzidos pela Comissão Nacional da Verdade.
A Guerrilha de Três Passos
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, a Guerrilha de Três Passos, ou Movimento 26 de Março, foi o grupo, comandado pelo coronel Jefferson Cardim, que saiu do exílio no Uruguai e chegou a se apossar da Brigada Militar de Três Passos, no Rio Grande do Sul.
Na época, segundo a CNV, foi grande a repercussão do movimento na imprensa nacional, por ser o primeiro movimento armado contra a ditadura, tanto que, durante os meses seguintes, militantes que se opunham à ditadura lançaram a sigla MR-26 (Movimento Revolucionário 26 de março), em homenagem à coluna
Comissão Estadual da Verdade
No dia 14 de junho, o Câmpus Três Passos da UNIJUÍ, já havia sido palco de uma audiência pública da Comissão Estadual da Verdade (CEV/RS), com o objetivo de colher depoimentos de vítimas e testemunhas da repressão política na cidade, durante a ditadura militar, iniciada em 1964.
Na audiência, foram ouvidas vítimas da opressão em dois episódios: o primeiro, quando das prisões e violências logo após o golpe de estado; o segundo, contra as pessoas acusadas de participar de grupos de onze, associações criadas por Leonel Brizola, no intuito de organizar politicamente a população, em especial na defesa do programa de reformas de base implantado durante o governo de João Goulart.