Nutricionista da Unidade de Reabilitação orientou sobre o preparo de alimentos para pacientes com dificuldade de engolir
Uma atividade diferenciada foi realizada na tarde de quinta-feira, 16, junto à Unidade de Reabilitação Física – UNIR, que funciona no prédio da UNIJUÍ Comunidade. A atividade esteve voltada aos integrantes do grupo de pacientes com disfagia. O objetivo foi de capacitar os cuidadores, em geral os familiares, sobre o preparo correto dos alimentos para estes pacientes, que só podem consumir os mesmos na consistência pastosa.
A disfagia é definida como dificuldade de deglutição, ou seja, dificuldade em engolir, sintoma comum em pacientes que sofrem acidentes graves, com lesões neurológicas, pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC), portadores de paralisia cerebral, dentre outras doenças.
Segundo a nutricionista Daiana Dessuy Vieira e a fonoaudióloga Simone Comerlato, que integram a equipe responsável, o grupo é integrado por pacientes atendidos pela UNIR, nos quais foi identificada a disfagia. Inicialmente, foi realizado um trabalho de reabilitação com a fonoaudióloga, que explicou aos pacientes e familiares como ocorre o processo de disfagia, no momento da deglutição do alimento. Na última quinta-feira, a nutricionista coordenou a oficina dos alimentos, fornecendo orientações sobre o preparo, apresentação e consistência a ser ofertada aos pacientes e seus cuidados.
Conforme explica a nutricionista Daiana Vieira, a disfagia oferece um alto risco da pessoa se engasgar e aspirar o alimento, que vai para o pulmão, o que pode evoluir para uma infecção respiratória.
A fonoaudióloga Simone Comerlato ressalta que, em alguns casos, como em pacientes que sofreram AVC, quase a totalidade dos casos apresenta disfagia no começo, o que pode ser revertido com a terapia de reabilitação. Já no caso de doenças degenerativas e em alguns traumas mais graves, o paciente pode ficar disfágico e ter que conviver com isso para o resto da vida. Por isso a necessidade de capacitar o cuidador. “O objetivo desse grupo não só tratar o paciente, mas dar suporte para a família”, diz a fonoaudióloga. Assim, o cuidador pode entender a dificuldade e ajudar o mesmo a suprir as necessidades.
A nutricionista, por sua vez, destaca que alimentação deve ser normal, porém, com mudança na consistência. Carnes devem ser trituradas, mas outros alimentos, como legumes e frutas, ou até mesmo o arroz e feijão, devem ser servidos na consistência pastosa. O treinamento proporcionou orientações sobre o preparo dos alimentos, com a garantia de manutenção dos nutrientes, visando garantir uma alimentação balanceada. Acadêmicas do curso de Nutrição, que atuam como bolsistas no Consultório de Nutrição, também se envolveram na atividade.
A agricultora Rosane Breuning era uma das participantes que acompanhou com atenção as explicações da nutricionista. Rosane cuida da mãe, Erica Zugel, de 60 anos, que sofreu um AVC há um ano e oito meses. As duas residem em Condor, e se deslocam todas as quintas-feiras até Ijuí, para realizar atividades de reabilitação na UNIR. Rosane diz que “o curso é muito valioso para saber como preparar os alimentos”. Junto com seu pai, ela divide os cuidados com a mãe, que há pouco tempo tirou a sonda, o que exige uma atenção maior da família no preparo das refeições.