Seminário Internacional de Alfabetização reuniu mais de 400 educadores - Unijuí

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Evento discutiu a alfabetização na contemporaneidade, contou com palestras, apresentação de trabalhos e lançamento de livro

O 8º Seminário Internacional de Alfabetização, que contemplou também o I Evento Científico de Educação e o 14º Ciclo de Estudos da Pedagogia, foi encerrado no sábado, 12. O evento reuniu aproximadamente 400 participantes de várias cidades do estado. Foram realizadas cinco palestras e apresentados 58 trabalhos, envolvendo 114 autores, resultantes de experiências pedagógicas e de pesquisa em educação, num movimento articulado entre universidades, bem como sistemas de ensino e outros espaços educativos.

 Na avaliação da professora Lídia Inês Allebrandt, uma das coordenadoras, o evento foi uma oportunidade de reflexão. “Foi constatado nos depoimentos e avaliações que as conferências possibilitaram refletir sobre várias questões  que dizem respeito à educação desde a infância até o ensino superior, as quais,  muitas vezes,  estão ausentes do debate e do fazer pedagógico,  como por exemplo: a participação das crianças nos processos de ensinar e aprender; ou estão bem presentes: como a responsabilidade de todos nos processos de alfabetização,  o que  implica diretamente nas concepções de leitura e escrita pelos educadores e nos processos de ensinar e aprender. Igualmente o papel dos cursos de formação de professores alfabetizadores, na perspectiva de um saber necessário para a docência.

 O Seminário teve início no dia 10 de maio, à tarde, com a participação da Dra. Catarina Almeida Tomás, socióloga e professora na Escola Superior de Educação de Lisboa e investigadora do Centro de Investigação em Ciências Sociais na Universidade do Minho, Portugal, que discutiu as questões relativas à participação das crianças na vida escolar a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Sociologia da Infância.

 Ela enfatizou que “o discurso e a práxis dos adultos empenhados na promoção de um paradigma da participação das crianças na escola deverão preocupar-se com as questões de competências, com os sentimentos de pertença e implicação na vida escolar, e outros temas do interesse das crianças, em vez de continuarem centrados na discussão única e exclusiva das competências a atingir e na excessiva didatização dos conteúdos, inclusive com crianças bem pequenas”.

 À noite do mesmo dia, a Dra. Cristiana Callai de Souza, formada em Pedagogia pela UNIJUÍ e tendo realizado seu mestrado em Educação nas Ciências, e ex- professora na Escola Mucicipal do Storck, atualmente vinculada à Universidade Federal Fluminense-INFES de Santo Antônio da Pádua, Rio de Janeiro, abordou o tema de sua tese de doutorado, trazendo reflexões sobre a educação infantil. “Durante a realização da pesquisa de doutorado no cotidiano escolar da Educação Infantil, a partir de um olhar mais atento, observa-se que a rotina escolar é rigidamente marcada pelo tempo Cronos, porém, entre uma atividade e outra, as crianças se organizavam e inventavam outras situações de aprendizagem, muitas vezes, não (re)conhecidas por nós, professoras. Neste processo de pesquisa foi percebendo que as diferentes linguagens infantis - vozes, toques, gestualidades... - sinalizavam outras leituras de mundo, para além das aprendidas dentro dos muros da escola. Porém, essas experiências vividas em outros contextos sociais eram invisibilizadas por concepções legitimadas pelo projeto hegemônico de educação, que nega à criança o seu papel social”.

 

Na tarde do dia 11, a palestra foi com o Dr. Basílio Félix Temporetti, docente e pesquisador da Facultad de Psicología, da Universidad Nacional de Rosario, Argentina, que  abordou  o tema da denominada “alfabetização acadêmica”, mais específicamente a problemática atual da leitura, interpretação e compreensão de textos científicos e acadêmicos.

 Na noite do dia 11, a Ma. Angela Maria da Silva Figueredo, vinculada à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, proferiu sua conferência sobre o tema leitura  como prática social e as possibilidades de seu uso didático na sala de aula como uma das condições para o desenvolvimento das competências: leitora e escritora. Inicialmente conceituou a alfabetização e leitura. Apresentou o histórico dos programas de alfabetização do município e estado de São Paulo e evolução dos índices de aprendizagem; depois discorreu sobre os conteúdos envolvidos na alfabetização e apresentou práticas sociais de leitura e, por fim, refletiu sobre práticas sociais de leitura e sua relação com a didática da alfabetização.

 A palestrante de sábado, Dra. Luciana Piccoli, Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professora adjunta do Departamento de Ensino e Currículo da Faculdade de Educação da UFRGS, traçou breve mapeamento sobre como a formação do professor alfabetizador vem sendo proposta nos Cursos de Pedagogia; também  em algumas ações promovidas, tanto pelo Ministério da Educação, quanto pelas redes estaduais e municipais de ensino e, também, a partir do cotidiano pedagógico das escolas. Considerando tais situações, problematizou as expectativas crescentes em relação ao trabalho do professor alfabetizador, levando em conta as diferentes infâncias que vão à escola e o alargamento de sentido em torno do que significa alfabetizar na contemporaneidade.

 Também na oportunidade foi realizado o lançamento do livro Práticas Pedagógicas em Alfabetização: espaço, tempo e corporeidade, de Luciana Piccoli, escrito em parceria com Patrícia Camini, editado pela EDELBRA.

 O evento foi promovido pelo Curso de Pedagogia, em comemoração aos seus 55 anos de existência, sob a coordenação das professoras: Lídia Inês Allebrandt, Iselda Sausen Feil, Armgard Lutz e Noeli Valentina Weschenfelder, tendo apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa- FAPERGS, e apoio na divulgação da 36ª CRE, SMED de Ijuí, APMI, SINPRO, CPERS, EFA e o Mestrado e Doutorado em Educação nas Ciências.

 

 


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