O mercado de trabalho e a sociedade vêm exigindo, cada vez mais, um posicionamento dos profissionais em relacionar-se adequadamente com a natureza. A busca por ferramentas que auxiliem profissionais da indústria civil a adequarem-se à atual questão de preservação do meio ambiente tem sido tema das reflexões de pesquisadores no mundo todo que visam a encontrar alternativas sustentáveis na edificação de construções.

Os acadêmicos de Engenharia Civil da UNIJUÍ Tâmela Campos, Letícia Cazarotto e Luiz Cesar de Souza empenham-se no projeto de pesquisa “Certificação de edificações do ponto de vista da sustentabilidade”, sob a coordenação da professora e pesquisadora Raquel Kohler. A pesquisa realizada pelos bolsistas tem andamento no Departamento Ciências Exatas e Engenharias (DCEEng), da Universidade, e pode ser classificada como teórica e metodológica, baseada em pesquisas bibliográficas e documentais de pesquisadores que são referência na área. Os envolvidos no projeto realizam estudos, analisam e avaliam os instrumentos utilizados até então para medir o grau de sustentabilidade na construção de edificações, a fim de propor uma ferramenta que disponibilize sua aplicação em pequenas e médias cidades.

Segundo dados estatísticos globais recentes sobre desflorestamento, desertificação, erosão do solo, perda do hábitat natural, dentre outros, houve um crescimento desenfreado do uso excessivo de recursos naturais utilizados pelo homem, que consequentemente eleva a produção de resíduos gerados pelas edificações, que passam pelas etapas de construção, manutenção e demolição. Dessa forma, o setor da construção precisa se engajar, mudando sua forma de produzir e gerir suas obras. As práticas sustentáveis devem ser incorporadas de forma planejada, buscando, soluções que atendam os requisitos básicos da sustentabilidade.

A fim de avaliar se as construções residenciais verticais da região agridem ou não o meio ambiente, Brandli, Kohler e Kotlinski, em estudo de 2007, desenvolveram uma planilha de certificação, constituída através de critérios e subcritérios pré-estabelecidos, como legislação, materiais de construção, localização, qualidade de projeto, qualidade uso/manutenção e conforto ambiental. Esse processo acaba beneficiando os técnicos da área da construção, que se baseiam nesses dados com o intuito de desenvolverem edificações com maior sustentabilidade.

A sociedade atual consome 25% a mais do que o planeta tem capacidade de renovar. Neste contexto, as bolsistas reconhecem a importância da construção sustentável como resposta do setor da construção na busca do desenvolvimento sustentável. “Como futuras engenheiras civis, temos a conscientização que a construção é umas das maiores inimigas do meio ambiente, por consumir a maior parte dos recursos extraídos da natureza, e ao mesmo tempo é também a maior geradora de resíduos. Dentro desta ideologia nossa pesquisa possibilita ver que existem formas sustentáveis de se construir e que podem ser medidas através deste instrumento avaliativo que estamos elaborando”, explica a acadêmica Tâmela.

Para a acadêmica Letícia, vivemos um momento de delicado equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, o uso racional dos recursos naturais e a qualidade de vida: “Estamos avaliando algumas edificações do município e aprimorando nosso método avaliativo para que não fique distante da realidade construtiva local, mas para que ao mesmo tempo atenda às novas necessidades ambientais sem que se deixe de lado o conforto e a qualidade da obra”.

Construção Civil aliada à sustentabilidade

A aplicação do conceito de sustentabilidade para a construção civil permite vislumbrar uma série de diferentes metas ambientais, dentre elas podem ser citadas:

- preservação das matérias primas naturais;
- redução do consumo de energia;
- economia de água;
- aumento da durabilidade;
- proteção do meio ambiente natural;
- redução do desperdício e da geração de resíduos e seu impacto ambiental;
- melhoria da qualidade do ambiente construído.

Texto: Acadêmicas Andressa Streicher e Kassieli Joaquina Gonçalves de Mello, do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, no Componente de Jornalismo Especializado, sob orientação do professor Márcio Granez