Uma pesquisa que identificou o consumo e comercialização de produtos hortigranjeiros e hortaliças em Santa Rosa teve seus resultados apresentados no mês de dezembro na UNIJUÍ. Os resultados e propostas de melhorias para o setor foram apresentados à prefeitura de Santa Rosa, Associação dos Produtores de Hortigranjeiros de Santa Rosa (Aphorosa), para a presidência do Encontro Estadual de Hortigranjeiros e Emater.

Realizado pelo formando do curso de Administração da UNIJUÍ no Campus Santa Rosa Jonas Diogo Silva, o trabalho de conclusão de curso teve os dados coletados por bolsista e colaborador da Universidade, durante a realização do Hortigranjeiros, no Mercado Público Municipal e comércio da cidade. Com o tema "A cadeia de hortigranjeiros: diagnóstico e contribuições para o desenvolvimento do setor no município de Santa Rosa", o trabalho foi orientado pelo professor Luciano Zamberlan. Para Jonas a decisão de estudar o tema foi em função da importância do setor para o agronegócio e pelo fato de na região não existir nenhum estudo do setor de hortigranjeiros.

O estudo foi realizado em Santa Rosa por ser uma cidade pólo regional e pelo destaque que tem no setor em função, principalmente, do Encontro Estadual de Hortigranjeiros. O município de Santa Rosa vai utilizar os resultados deste estudo como base para a definição de ações de estímulo ao setor: “realizar este estudo foi ao mesmo tempo um desafio e uma gratificação. Um desafio por estudar um tema até então pouco explorado academicamente, e uma gratificação porque será fundamental para a definição de políticas públicas para o setor”.

A pesquisa identificou que do ponto de vista do consumo o consumidor valoriza aspectos com a aparência, o sabor e os benéficos a saúde; que os tipos de hortaliças mais consumidos são a alface, o tomate, o repolho, a cenoura e a rúcula. Os tipos de frutas são a banana, a maçã, a laranja, o mamão e a bergamota: “isso nos mostra que para os entrevistados o consumo de hortaliças e frutas não é apenas uma questão de vida saudável, mas de hábito alimentar”, destaca.

No que se refere aos feirantes (produtores) o estudo mostra que a área destinada a produção de hortigranjeiros é entre dois e seis hectares em Santa Rosa, e ocupa entre duas e quatro pessoas na atividade. Quanto a renda, o resultado dos hortigranjeiros, para a maioria dos entrevistados, representa entre 40% e 80% da renda total da família: “os resultados indicam que a atividade é basicamente voltada a propriedades onde trabalha a família, a chamada agricultura familiar. Observa-se também que a maioria das famílias possui outra renda além da venda de hortigranjeiros”.

No que tange ao comércio, o estudo mostra que os comerciantes têm basicamente três preocupações com abastecimento de produtos hortigranjeiros: giro de produtos, quantidade e variedade. Para comprar de produtores de Santa Rosa, os comerciantes consideram que a melhor forma seria negociar com uma associação de intermediasse o negócio e garantisse a entrega regular: “os comerciantes tem grande preocupação com a regularidade do abastecimento. O fato da produção local não ser em escala e os produtores não estarem organizados coletivamente para a distribuição dificulta a aquisição pelos mercados de hortigranjeiros produzidos em Santa Rosa”.

Analisados os dados o acadêmico sugere para o setor a criação de um programa municipal para desenvolvimento do setor de hortigranjeiros com ações que, a partir da produção, atuem em todas as etapas da cadeia; estudo de viabilidade para uma Central Municipal de Abastecimento para intermediar negócios entre produtores e comerciantes de Santa Rosa; que sejam realizados novos estudos para aprofundar o conhecimento sobre o consumo, a distribuição, a industrialização, a produção e os insumos.