Muitos conflitos ou desentendimentos entre as pessoas acabam parando na justiça. Na maioria das vezes a solução dada pelo Judiciário não satisfaz ambas as partes envolvidas. Você já pensou em um caminho diferente para resolver este tipo de problema?
O Projeto de Extensão “Conflitos Sociais e Direitos Humanos: alternativas adequadas de tratamento e resolução” busca meios alternativos para solucionar os conflitos de maneira mais rápida que o Poder Judiciário, construindo diálogo entre as partes para que saiam satisfeitas com o acordo.
Coordenado pela professora Fabiana Fachinetto, o projeto é desenvolvido nas cidades de Ijuí, Três Passos e Santa Rosa, e conta com a colaboração dos professores Tobias Damião Corrêa, Fernanda Serrer, Francieli Formentini e Eliete Vanessa Schneider.
Em Ijuí e Três Passos as atividades do projeto são desencadeadas no Balcão de Consumidor, onde são realizados atendimentos aos consumidores que possuem problemas com telefonia, saúde, vício de produto e serviços, endividamento, entre outros problemas. O Balcão surgiu de uma parceria entre Unijuí, Ministério Público Estadual e Poder Público, por meio de convênio.
Segundo Fabiana, entre as soluções possíveis estão o estabelecimento de diálogo diretamente com o fornecedor envolvido na demanda, ao qual é dada a oportunidade de prestar os esclarecimentos necessários e a composição para solução do problema. “Os consumidores vêm até nós e nossos bolsistas, estudantes do curso de Direito da Unijuí, que realizam o atendimento. Imediatamente se faz o contato com o fornecedor por telefone, narrando o problema e buscando sua solução. Em 80% dos casos a gente consegue resolver”, relata.
Conforme a professora, para os casos que não conseguem ser solucionados desta forma, é marcada uma audiência de tentativa de conciliação. “Convidamos o lojista a comparecer, e muitas vezes o resultado é positivo. Entretanto, esgotadas essas possibilidades, é fornecido ao consumidor uma declaração com a descrição de todo o atendimento e providências tomadas na busca da solução do problema, e, com esse documento, ele tem a alternativa de buscar o Judiciário, como o Juizado Especial Cível, para tentar judicialmente a resolução”.
Para atendimento no Balcão não são observados critérios de renda, porém, é necessário que o consumidor titular do produto ou serviço objeto da reclamação faça pessoalmente, ou mediante procurador e apresente documentos pessoais, nota fiscal, faturas, contratos e demais documentos que demonstrem a relação de consumo, além de números de protocolo (em caso de telefonia) e a tentativa frustrada de resolução do problema diretamente com o fornecedor.
“O projeto é muito importante para fazer da extensão uma forma de qualificar o ensino, porque os bolsistas estão envolvidos em situações em que podem praticar o que aprendem na teoria em sala de aula. Também temos o estágio obrigatório no Balcão do Consumidor, em que os estudantes prestam atendimento, ajuízam processos junto ao Poder Judiciário, enfim, fazem a prática real da advocacia”, complementa a coordenadora.