O I Seminário de Assistência Farmacêutica foi realizado na terça e quarta-feira, dias 26 e 27, no auditório do HCI, numa promoção da 17ª Coordenadoria Regional de Saúde.
Representantes de 20 municípios da região de abrangência da Coordenadoria acompanharam a programação, que contemplou uma oficina sobre Assistência Farmacêutica Básica, palestras e debates sobre a demanda administrativa e a demanda judicial de medicamentos.
A UNIJUÍ esteve representada no evento, por meio do Curso de Farmácia, com destaque para a palestra da professora Christiane Colet, que abordou o tema “Uso racional de medicamentos”. Além disso, os farmacêuticos que hoje atuam na região, participantes do seminário, são na sua maioria egressos do Curso de Farmácia da UNIJUÍ. Segundo a professora Karla Renata de Oliveira, do Departamento de Ciências da Vida, é fundamental o envolvimento da Universidade em eventos como este, quando se colocam em debate temas atuais e relevantes para a prática farmacêutica.
Um dos destaques do seminário foi a palestra com a Diretora de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual de Saúde, Irene Porto Prazeres. Em entrevista à Rádio Unijuí FM, a diretora destacou a importância do seminário no sentido de debater, com os gestores, uma questão muito relevante para o Sistema Único de Saúde, que é a organização de serviços farmacêuticos e da política de assistência farmacêutica no Brasil, no Estado e nos municípios, “para que estes possam cumprir a missão de garantir o acesso a medicamentos essenciais e também propagar o uso racional desses medicamentos no âmbito do SUS e da sociedade brasileira. Nosso trabalho é fortalecer a parceria necessária com os gestores, enquanto Secretaria do Estado de Saúde, buscando a qualificação desses serviços que são responsáveis por cerca de 15% dos gastos em saúde no país”.
Irene Porto Prazeres também salientou que o acesso aos medicamentos através do SUS deve se dar prioritariamente pela via administrativa, e para tanto, o governo brasileiro organiza uma lista de medicamentos considerados essenciais e que não podem faltar em nenhum serviço de saúde. Desde a década de 70 existe uma preocupação com a atualização permanente desta lista, conforme determina a Organização Mundial de Saúde. “É através da via administrativa que a população deve buscar o acesso a estes medicamentos. Nosso trabalho é garantir este acesso, mas infelizmente no país a via judicial por medicamentos novos, não padronizados e por inovações tem dificultado muito o acesso, uma vez que não existe um fluxo contínuo de aquisição destas medicações para a oferta regular. Muitas vezes o governo é obrigado a comprar medicamentos que na maioria das vezes tem correspondência nos medicamentos disponíveis no SUS em termos de terapêutica, eficácia e segurança. A via da judicialização mobiliza um conjunto de recursos, materiais e humanos, para medicamentos que em sua maioria não estão padronizados, muitos ainda sem registro no país, e que mobilizam um volume de recursos e geram também uma sobrecarga no Poder Judiciário”, conclui.
Foto: Assessoria de Imprensa HCI