Dinarte Belato realiza capacitação para funcionários da Emater/Ascar em Bom Progresso
A disputa de terras entre migrantes europeus, caboclos e índios, há mais de 100 anos na Região Noroeste do Estado, ajudam a explicar as razões do empobrecimento de parte das famílias que vivem atualmente no campo. A tese foi defendida, na quarta-feira (4/7), em Bom Progresso, pelo historiador da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), Dinarte Belato, durante o curso de capacitação que a Emater/RS-Ascar ofereceu aos seus 46 funcionários contratados a partir de 2009 para trabalhar na região administrativa de Ijuí. “Esses agricultores são sujeitos históricos e merecem nossa compreensão”, defendeu Belato.
O historiador se valeu de relatos de casos apresentados pelos extensionistas para analisar diferentes modelos produtivos que vêm sendo adotados ao longo da história pelos índios e agricultores assentados, cooperativados, em situação de miserabilidade e em processo de erosão social. “Seria interessante se vocês oferecessem a eles modelos alternativos de produção, diferentes do modelo dominante dos cereais e máquinas automatizadas”, sugeriu o professor da Unijuí.
Dentre as alternativas, Belato destacou que a diversificação inteligente, que equilibra mercado e subsistência, e o cooperativismo são capazes de fortalecer os pequenos agricultores e colocar freios no poder do capital. “A Emater tem a difícil missão de viabilizar a produção nesta região, onde há grande concentração de terra e capital”, analisou Belato.
A experiência histórica e a missão educadora da Empresa contariam pontos a favor dos extensionistas, segundo Belato. “Esse entendimento ajuda nossos extensionistas a compreender o ponto de vista dos movimentos sociais”, completou o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar da região administrativa de Ijuí, Antônio Altíssimo.
O terceiro e último módulo do curso de capacitação será realizado em agosto.
A disputa de terras entre migrantes europeus, caboclos e índios, há mais de 100 anos na Região Noroeste do Estado, ajudam a explicar as razões do empobrecimento de parte das famílias que vivem atualmente no campo.