Considerado período crítico, o outono tem desafiado os pesquisadores a buscar soluções para suprir a baixa oferta de comida no campo, disponível ao gado de leite nos meses de março a maio. Na terça-feira, 15, professores e pesquisadores da UNIJUÍ e Embrapa Pecuária Sul tiveram a oportunidade de apresentar o resultado de pesquisas feitas nesse sentido no 4º Dia de Campo sobre Pastagens e Produção Animal.
O evento, realizado no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (Irder), em Augusto Pestana, reuniu mais de 400 pessoas e foi promovido pela UNIJUÍ com apoio do Programa Pesquisa-Desenvolvimento em Sistemas de Produção com Atividade Leiteira do Noroeste do RS (Rede Leite). "O objetivo é mostrar ao produtor que ele tem espécies forrageiras diferentes para distribuir às vacas", disse o professor da Unijuí, Adriano Maixner.
Em uma das áreas experimentais do Irder, Maixner apresentou várias espécies perenes de verão, como capim elefante, capim elefante roxo, capim elefante anão e capim elefante HB, amendoim forrageiro, mombaça, tifton 85, pensacola, estrela africana, coast cross, hemarthria e aruana. "Nesta época, o produtor poderia tentar introduzir outras espécies, além do tifton, que está com qualidade menor no período", sugeriu o professor da Unijuí.
Outra maneira de aumentar a oferta de pasto no outono foi apresentada pelo pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Gustavo Martins. Ele mostrou uma área coberta com tifton 85, roçada após a retirada dos animais no dia 15 de março. Sobre a grama tifton 85 foram semeadas, antecipadamente, em abril – o produtor normalmente planta em junho -, aveia preta, centeio, azevém e trevo vesiculoso. "Na área roçada, a pastagem de inverno semeada se desenvolveu melhor, porque não precisou competir por água com o tifton", concluiu o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul.
A garantia de pasto, todavia, depende de solo bem drenado, explicou o também pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Leandro Volk. Utilizando dois blocos de solo, retirados de lugares diferentes do campo experimental do Irder, Volk mostrou a incontestável diferença entre o bloco de solo que havia sido pisoteado diariamente pelos animais e, portanto, ficou compactado, e o bloco de solo bem drenado, retirado de área em que os animais não tinham mais acesso. Nessa situação, as raízes desceram cerca de um metro e a parte aérea do pasto cresceu verticalmente, contrastando com as plantas e raízes rasteiras, agredidas diariamente, do bloco de solo compactado. (Informações: Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar Regional de Ijuí)