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Se você já passou por alguma pessoa mais velha com algum tipo de erupção na pele que causa bolha ou coceira, com certeza já ouviu: "tem que benzer de cobreiro". Essa é uma cultura popular que ganha muitas gerações ao longo da história no Brasil. Dentro da crença, acredita-se que o cobreiro é causado pelo contato com algum animal peçonhento como cobra, aranha ou ainda sapos. Mas isso também tem uma explicação científica.
A professora de Enfermagem, Arlete Regina Roman, explica que o popular cobreiro é, na verdade, uma doença conhecida como herpes zóster, que ocorre quando o vírus Varicella-zoster é reativado no organismo, gerando irritações dolorosas na pele, que posteriormente se tornam bolhas. “Essas irritações vão surgir em áreas como as axilas e couro cabeludo, ou seja, locais quentes e úmidos do nosso corpo”, explica.
A doença é contagiosa, principalmente para aquelas pessoas que nunca tiveram catapora ou que não foram vacinadas. Assim, pessoas que nunca tiveram catapora devem evitar o contato com os contaminados com o popular cobreiro, evitando também o compartilhamento ou contato com as roupas dos infectos, bem como com as roupas de cama e toalhas que podem estar contaminadas, por exemplo.
Pelo fato de ser um vírus, as defesas possíveis são menores do que com as bactérias, porém, é possível realizar um tratamento adequado, para que não haja possibilidade de complicações, tais como pneumonia, problemas de audição, cegueira e até mesmo inflamação no cérebro. “A herpes zóster tem um ciclo, então boa parte das vezes vamos tratar os sintomas. O mais indicado aqui é refrescar e cuidar da pele, com compressas mornas e analgésicos”, explica.
Hoje, no calendário vacinal do SUS para as crianças, já está constatando a presença da vacina contra a catapora e o cobreiro, além da vacina disponível para pessoas acima dos 50 anos. “É muito importante que não se trate essas doenças de pele com ditos populares. Existe a vacina justamente pela gravidade das possíveis complicações e por isso é ter em dia a caderneta de vacinação”, finaliza.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí