O verão de 2022 está sendo marcado pelo fenômeno La Niña, que causa resfriamento da porção equatorial central e leste do Oceano Pacífico, diminuindo as chuvas nas regiões centrais e sul do país. Dessa forma, altas temperaturas e poucas precipitações predominaram no Rio Grande do Sul.
O calor intenso é sentido, principalmente, pelo rebanho bovino do Estado, afetando a produção leiteira da região. Tal fato é confirmado pelo professor do curso de Agronomia da Unijuí, Emerson André Pereira: “As vacas passam calor sim, ainda mais na nossa região onde utilizamos raças de origem europeias”, explica.
No Estado, predomina o rebanho das raças Holandesa e Jersey, que são vacas reconhecidas mundialmente por sua alta produtividade leiteira. Porém, são sensíveis, resultando em uma baixa tolerância à altas temperaturas. “Elas são bem adaptadas ao frio, mas pouco ao calor. Portanto, as altas temperaturas dificultam o dia a dia das vacas”, comenta.
Com esse cenário de temperaturas elevadas, os animais acabam tendo seu consumo reduzido, não indo em busca da pastagem, gerando perdas em vários aspectos da criação. “Dessa forma, as vacas vão se alimentar pouco, e, consequentemente, há uma queda na produção e reprodução desses animais”, acrescenta o professor.
Apesar de tudo, existem formas de amenizar os efeitos causados pelo calor, recondicionando a normalidade do rebanho. “Dentre as principais ações que podem ser tomadas está o uso de árvores na pastagem. Aqui na Unijuí, por exemplo, a gente realiza pesquisas para observar a melhor arborização, além de verificar qual o melhor tipo de forrageiras é melhor indicada para fazer esse sombreamento”, afirma e acrescenta que outras soluções também podem ser aplicadas, tais como: “oferecer mais água ou então fornecer sombra artificial, na qual proporciona uma temperatura amena nos picos de temperatura de verão”, finaliza o professor Emerson.
Assista o episódio completo da série A Ciência Explica sobre essa temática.
Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí