Por: professora Dra. Eniva Stumm e a Ma. Carolina Renz Pretto
As unidades de terapia intensiva são os setores hospitalares de maior complexidade e organização, destinadas ao atendimento de pacientes em estado crítico, provenientes de várias áreas, que requerem atenção profissional especializada de forma contínua, materiais específicos e tecnologias para diagnóstico, monitorização e terapia.
As características da unidade exigem enfermeiros com conhecimentos apurados, atualizados quanto às técnicas e tecnologias voltadas ao atendimento de pacientes com quadro clínico mais grave. As situações complexas requerem tomada de decisão, reivindicam um profissional capaz de enfrentar problemas éticos e técnicos, com capacidade de liderança, discernimento, iniciativa, habilidade de ensino, maturidade e estabilidade emocional.
Diante das peculiaridades do setor, os profissionais são submetidos a situações estressoras e demais situações que interferem na qualidade de vida. Eventos estressores ao ultrapassarem as capacidades de enfrentamento dos indivíduos podem desencadear estresse ocupacional. Uma pesquisa avaliou estresse e coping de profissionais de enfermagem em unidades de terapia intensiva e semi-intensiva e evidenciou que 54% dos profissionais de enfermagem apresentaram baixo estresse, com predomínio de alto estresse nos enfermeiros, 22% e baixo estresse entre os técnicos de enfermagem, 36%. A estratégia de enfrentamento centrada no problema foi a mais utilizada e considerada adequada. O Alto estresse dos enfermeiros pode estar relacionado às responsabilidades envolvidas no processo de trabalho desse profissional (SILVA et al., 2017) e o desenvolvimento de habilidades para o enfrentamento dos problemas cotidianos pode beneficiá-lo.
Outro estudo avaliou o impacto no sono, qualidade de vida e humor dos profissionais que atuam em terapia intensiva infantil, mostrou que profissionais de enfermagem que trabalham durante a noite apresentam menor qualidade de vida no que se refere à dimensão social, pela falta de tempo para atividades sociais e de lazer. O sono é prejudicado para os profissionais independente do turno de trabalho (GUERRA et al., 2016). Nesse sentido, repensar as estratégias utilizadas e a implementação de inovações direcionadas ao bem-estar profissional pode repercutir em seu desempenho e na qualidade do cuidado.
Todos esses aspectos, que compreendem a atuação do enfermeiro em uma Unidade de Terapia Intensiva, desde as atividades habituais básicas até atividades inovadoras e tecnologias avançadas, serão abordadas na pós-graduação em Enfermagem em Terapia Intensiva da Unijuí. Confira as informações do curso no site da Universidade.
Saiba mais em:
SILVA, Gabriela Alves Vieiraet al. Estresse e coping entre profissionais de enfermagem de unidades de terapia intensiva e semi-intensiva. Revista de Enfermagem da UFPE, v.11, n. sup2, p.922-31, 2017. DOI: 10.5205/reuol.10263-91568-1-RV.1102sup201707
GUERRA, Priscila Caetano et al. Sono, qualidade de vida e humor em profissionais de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva Infantil. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v.50, n2, p.277-83, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0080-623420160000200015