Inclusão de alunos surdos: uma reportagem especial da Unijuí FM - Unijuí

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A UNIJUÍ FM realizou uma reportagem especial sobre a inclusão de alunos surdos no Ensino Superior. Confira:

A realidade da Unijuí é mostrada a partir de diferentes perspectivas que passam pelo Vestibular, a sala de aula, o currículo, a formação de professores, a comunicação com os colegas, o ensino de Libras na Universidade e a formação para o mercado de trabalho.

A história do professor de Língua Brasileira de Sinais e estudante do curso de Pedagogia da Unijuí, Paulo Augusto Matter, conduz a narrativa de sonhos e desafios. Surdo de nascença, ele conta como foi a adaptação com a família, o aprendizado da Língua Portuguesa, a caminhada no ensino fundamental e médio até a escolha de trabalhar com a educação infantil e a literatura. “Já tive experiência de desenvolver atividades pedagógicas com bebês, pré-escola e ensino fundamental. O estágio com bebês foi um sucesso, consegui interagir e brincar. Na pré-escola tive contato com um aluno com Síndrome de Down, foi uma experiência nova. Eles adoraram aprender os sinais dos animais em Libras. Também realizei estágio nos anos iniciais, em que contei o conto da Cinderela e depois abordei a Cinderela Surda, eles ficaram surpresos, nunca tinham escutado”, conta Paulo, sobre os estágios supervisionados do curso de Pedagogia.

Formada em Educação Especial e Mestre em Educação nas Ciências, a coordenadora do Núcleo de Acompanhamento e Acessibilidade Institucional, professora Marta Borgmann, aborda a realidade da Unijuí, hoje com nove alunos. “Temos que fazer a diferença para os diferentes, para que tenham igualdade. Então, se ele é surdo, obviamente que só vai aprender e vai estar num padrão de igualdade se ele tiver um intérprete. Da mesma forma se pensarmos uma pessoa extremamente baixa, ela só vai enxergar pra cima do muro se tiver um banquinho que auxilie ela a subir pra enxergar da mesma forma que o outro. O surdo, o cego, o deficiente físico, o cadeirante, o deficiente intelectual, eles têm um espaço na sociedade pra mostrar seu potencial porque não é a deficiência que vai fazer a marca. Eles são sujeitos como qualquer outro, que tem um potencial e que a gente precisa explorar e auxiliar para que possam desenvolver o seu trabalho”. Pra ela, um dos objetivos da Universidade é pensar o mercado de trabalho.

A reportagem especial também traz a participação de professores e intérpretes que trabalham diretamente com alunos surdos e a opinião de quem atua nos espaços da Universidade sobre a importância de aprender a Língua Brasileira de Sinais para a comunicação e a promoção da inclusão. “Me sinto incluído, na Universidade não há preconceito ou exclusão. A Unijuí incentiva o desenvolvimento dos surdos e os coloca iguais aos ouvintes. A Unijuí tem mostrado um trabalho de inclusão quando recebe os cadeirantes, os indígenas, os negros... Eu sinto que a inclusão acontece aqui dentro da Universidade”, opina Paulo Matter.

A inclusão foi o assunto debatido na última semana nas manhãs do Rizoma. A Língua Brasileira de Sinais só foi reconhecida oficialmente pela Lei nº 10.436, sancionada em 24 de abril de 2002. A partir desta data, lembrada nesta semana, começaram as discussões sobre o uso desta língua nos ambientes de ensino e a preocupação com a educação dos alunos surdos. 

Dê o play para ouvir a reportagem na íntegra:

 


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