Alessandra se preparou para apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso, colocou uma roupa bonita, respirou fundo, ligou o computador e defendeu seu trabalho de casa para a banca de avaliação. O que era incomum ou esporádico, agora é rotina na Universidade: além das aulas e diversas outras atividades acadêmicas, as defesas de TCC’s, Dissertações e Teses, seja na Graduação, Especialização, Mestrado ou Doutorado, de todas as áreas do conhecimento, nos quatro Campi, foram adaptadas para as plataformas online.
A Unijuí, seguindo o calendário acadêmico deste primeiro semestre, está proporcionando estes importantes passos nas trajetórias acadêmicas e oportunizando as defesas de forma virtual. Além disso, uma outra característica marca este contexto: anteriormente estas pesquisas eram apresentadas para um grupo mais restrito de colegas, amigos e familiares, agora se democratizou ainda mais, pois basta um clique para se entrar em uma sala virtual e conferir a produção acadêmica nas diferentes áreas do conhecimento e nos diferentes níveis de formação (Trabalho de conclusão de curso de Graduação, lato sensu, dissertação ou tese). Este movimento possibilitou que muitas pessoas acompanhem a socialização e a produção de conhecimento realizado na Universidade.
Alessandra Isabel Hausmann Erthal, estudante de Direito do Campus Três Passos, a personagem que abriu este texto e defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso com o tema “A perda de uma chance na adoção e a (ir)responsabilidade Civil”, relata sua experiência: “foi um dos momentos mais esperados e importantes da minha trajetória acadêmica. Desde que iniciei o projeto de pesquisa, no ano passado, sempre idealizei o dia da apresentação. Lógico que não imaginava que ela aconteceria de forma virtual. Mas como já vínhamos tendo aulas desta forma, foi muito tranquilo apresentar - tirando o nervosismo do momento. Além do mais, contei com o apoio da minha orientadora, que realizou uma reunião, também virtual, com todos os seus orientandos, passando várias dicas e nos tranquilizando. De um modo geral foi muito bom poder apresentar o TCC de forma online, pois assim várias pessoas puderam estar presentes - ou conectadas virtualmente - e acompanharam esse momento tão especial para mim”, avalia.
Segundo a Vice-Reitora de Graduação, professora Fabiana Fachinetto, “a defesa online dos trabalhos de conclusão do curso está permitindo algo que até antes não tínhamos, que é a possibilidade de estudantes dos diferentes campi assistirem a defesa dos colegas, isso é possível porque estamos compartilhando a cronograma das defesas já com o endereço virtual da apresentação. Mais do que isso: como estamos gravando as sessões de defesa, os estudantes poderão sempre reviver esse momento e compartilhá-lo com seus familiares. Se antes a lembrança da graduação ficava registrada nas imagens da formatura, agora também fica com o registro da defesa do trabalho científico, que marca a finalização dessa etapa de formação profissional. Essa reinvenção poderá render frutos profissionais aos nossos egressos, que poderão disponibilizar as defesas junto com o seu currículo, sendo um diferencial na participação de uma seleção de vaga de trabalho".
Na Pós-Graduação
Nos Mestrados e Doutorados esta defesa online é um pouco mais comum, já que as bancas já contavam, em alguns momentos, com a participação de professores de outras instituições, de outros estados e até de outros países, de forma online, como no caso da Dra. Daniela Lopes Freire que defendeu sua tese de doutoramento para uma banca no Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática (DCEEng) e do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), de Portugal, ao mesmo tempo, reunindo avaliadores brasileiros, britânicos e portugueses, tudo isso graças a tecnologia utilizada atualmente nas defesas. Estas defesas foram intensificadas neste primeiro semestre, com todas as qualificações e defesas de forma online, desde março.
De acordo com o Vice-Reitor de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão, Fernando González, as defesas de forma remota não apenas são equivalentes às presenciais, mas potencializam alguns de seus aspectos mais relevantes. “Porque é possível que façam parte da banca professores especialistas no tema do trabalho, independentemente do lugar onde eles moram. Na mesma linha, nossos professores estão participando de bancas Brasil afora, o que seria bastante difícil de realizar caso eles tivessem que viajar uma ou duas vezes por mês para isto”. O professor complementa: “a defesa é um ato público, as pessoas interessadas têm direito a acompanhar esse processo, além de ser um momento de socialização do conhecimento produzido, portanto, as bancas online têm permitido um alcance muitíssimo maior que uma defesa presencial. Particularmente, no mês de abril, participei de defesas de mestrado com mais de 80 assistentes, de diversos estados brasileiros e, inclusive, algumas pessoas de outros países. Além disso, as defesas são gravadas através de recursos das próprias ferramentas digitais utilizadas na defesa. Assim, além das atas, fica um registro muito fidedigno do que aconteceu nesse dia. Mas, nem tudo são flores: a gente sente muita falta dos abraços, comprimentos e comemorações que seguem a toda banca”, finaliza.
Outro exemplo recente é o de Danrlei Silveira Trindade, do Mestrado em Educação nas Ciências, licenciado em Matemática, defendeu a dissertação no final de junho, com o tema “Generalização de Padrões: análise de atividades envolvendo sequências em livros didáticos de Matemática do ensino Médio”, pelo Google Meet, plataforma a qual todos os estudantes, professores e técnicos-administrativos da Universidade têm acesso. “Foi uma experiência bastante significativa, de troca de experiências, do desafio que foi lidar com as tecnologias. Penso que elas aproximaram ainda mais os diálogos acerca de diferentes temas de interesse. Me senti um pouco ansioso nesse momento, com conexão de internet e que isso poderia atrapalhar o desenvolvimento da apresentação. Contudo, ocorreu tudo dentro da normalidade, conforme organizamos e pensamos, sendo uma experiência/vivência bastante significativa do ponto de vista da minha formação e interação com colegas, professores e amigos”, salienta.
A professora Airam Sausen, coordenadora do Programa de Modelagem Matemática, lembra: “em janeiro assistíamos a TV e a pandemia parecia algo tão distante, mas em março ela chegou com força total e tivemos que nos adaptar. Penso que os momentos de dificuldade são os momentos onde ocorrem os maiores aprendizados, então, nós educadores tivemos que nos modificar, tivemos que aprender novas formas de ensinar, e principalmente a trabalhar de maneira remota (online), e tem dado certo. Todas as atividades do Programa têm sido realizadas de forma online, desde as aulas e reuniões, até as orientações, palestras, seminários, defesas de Dissertações e Teses. Não paramos, continuamos trabalhando da mesma forma e no mesmo ritmo, e os resultados têm me surpreendido, há a participação de todos, assim como uma excelente avaliação por parte dos nossos estudantes”, complementa.