Coronavírus: a hidroxicloroquina é eficaz para o tratamento? - Unijuí

COMUNICA

PORTAL DE NOTÍCIAS DA UNIJUÍ

Neste momento em que o mundo enfrenta a pandemia de coronavírus, a informação é uma grande aliada para tomar atitudes positivas, que colaborem especialmente para a prevenção. A Unijuí, atenta às dúvidas que surgem e utilizando o conhecimento produzido na Universidade, está buscando deixar a comunidade bem informada. Confira o que diz a coordenadora do curso de Farmácia da Universidade, professora Christiane Colet, sobre o uso da hidroxicloroquina para tratamento do Coronavírus (Covid-19).

Desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a hidroxicloroquina, medicamento utilizado para tratamento da malária, poderia ser testado para tratamento do Covid-19, houve uma corrida às farmácias e os medicamentos já desapareceram das prateleiras aqui no Brasil, mesmo sem sua eficácia contra o Coronavírus ser comprovada. De acordo com a coordenadora do curso de Farmácia da Unijuí, Christiane Colet, além de ser utilizado no tratamento da malária, a hidroxicloroquina é também usado como um imunossupressor em alguns pacientes com doenças autoimunes, como é o caso do lúpus e da artrite reumatoide. Pacientes com essas patologias fazem uso contínuo dessa medicação e já estão com dificuldade para encontrar a hidroxicloroquina nas farmácias do país. 

 

Professora Christiane Colet, coordenadora do curso de Farmácia da Unijuí

A professora explica que a partir dos estudos e dos casos registrados na China e na Itália, surgiram algumas pesquisas publicadas em bases internacionais, ou seja, existem artigos já publicados, nos quais foram relatados o uso da hidroxicloroquina juntamente com a azitromicina, que é um antibiótico. Nesses casos, foi observado que os pacientes hospitalizados em casos graves, que utilizaram essa medicação, tiveram menor chance de óbitos e de intercorrências, quando comparados a pacientes que não fizeram o uso. “Contudo, é preciso observar que foram pacientes graves, foi um teste ainda piloto, a amostra dos estudos é bastante pequena, e não há nenhum dado que indique que o uso prévio do medicamento teria algum fator de proteção contra o vírus, então ele não é um medicamento antiviral, ele foi um medicamento eficaz para tratar pacientes com o vírus e com problemas respiratórios graves”, alerta.

“...não há nenhum dado que indique que o uso prévio do medicamento teria algum fator de proteção contra o vírus, então ele não é um medicamento antiviral, ele foi um medicamento eficaz para tratar pacientes com o vírus e com problemas respiratórios graves”

 

Apesar dos estudos não serem conclusivos, o estoque de hidroxicloroquina está esgotado nas farmácias do Brasil e também nas distribuidoras de medicamentos. “Esse medicamento está em falta no Brasil hoje, o que gera um problema de saúde pública muito grande, uma vez que os pacientes que realmente precisam utilizar não estão conseguindo comprar. Segundo relatos de médicos reumatologistas de Ijuí, muitos pacientes que precisam estão sem medicamento, em detrimento de várias pessoas que estão tomando essa medicação que gera vários efeitos colaterais e possui várias contra-indicações, para uma finalidade que não foi comprovada ainda”, destaca. 

 “Esse medicamento está em falta no Brasil hoje, o que gera um problema de saúde pública muito grande, uma vez que os pacientes que realmente precisam utilizar não estão conseguindo comprar. Segundo relatos de médicos reumatologistas de Ijuí, muitos pacientes que precisam estão sem medicamento, em detrimento de várias pessoas que estão tomando essa medicação que gera vários efeitos colaterais e possui várias contra-indicações, para uma finalidade que não foi comprovada ainda”

 

No Brasil, um hospital declarou nesta semana que está fazendo o teste em seus pacientes hospitalizados em estado grave e em uso de respiradores, relata Christiane. No entanto, ela ressalta que não há nenhum trabalho que indique a hidroxicloroquina como forma de prevenção. “É importante que as pessoas não saiam tomando hidroxicloroquina, a não ser que tenham uma doença para a qual esse medicamento é indicado por um reumatologista, lembrando ainda que o maior conselho para o momento é seguir as medidas de barreira e não utilizar medicamentos sem indicação, pois não há nenhum que seja comprovadamente eficaz na prevenção desse vírus”, ressalta.

Confira ainda informações sobre o uso do ibuprofeno em caso de coronavírus e também sobre produção de álcool em gel: 


Compartilhe!

Utilizamos cookies para garantir que será proporcionada a melhor experiência ao usuário enquanto visita o nosso site. Ao navegar pelo site, você autoriza a coleta destes dados e utilizá-los conforme descritos em nossa Política de Privacidade.