“Precisamos viajar por nós mesmos, com nossos olhos e pés, para entender o que é nosso. Para um dia plantar as próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser.” Amir Klynk, “Mar sem fim: 360 ̊ ao redor da Antártica”.
É com essa citação do famoso viajante marítimo que resumo o sentimento que tenho após a realização desse intercâmbio. Depois de ter passado mais de cinco meses da minha estada nesse país deslumbrante, venho novamente relatar minhas experiências através das fronteiras, porém com um olhar mais aberto e sensato.
Para começar, agradeço carinhosamente aos meus pais, que com esforço puderam me proporcionar essa viagem, me incentivando e me estimulando a seguir sempre em frente. Apesar de ter saído da interiorana cidade de São Paulo das Missões/RS, consegui ultrapassar barreiras e ver que para quem luta não há empecilho para a busca do sucesso. Da mesma forma agradeço aos meus professores da Unijuí que apoiaram e me encaminharam para essa estupenda aventura.
Foram cinco meses incríveis, em que hoje o sentimento da partida, para rever a família e amigos, se confunde com o sentimento de saudades do que hei de deixar, amigos, colegas, estilo de vida, da falta de escutar: Oh pah!!! Ou então: Venha ter comigo na faculdade!!! Ou ainda!!! Então, tá tudo??? Ser chamada de gaja ou rapariga e não de guria.
Viajar pela Europa, como se fosse para a cidade vizinha. Aprender na marra algumas frases ou palavras em inglês (claro com uma ajudinha do google tradutor) para poder desfrutar das belezas dos países que sempre sonhamos em conhecer. Poder admirar a arquitetura dos prédios tortos de Amsterdam, ver o pôr-do-sol à beira dos canais de Veneza, comer paella em Madrid ou waffer em Bruxelas, ficar deslumbrada com as grandiosidades de Paris e passear às margens do Rio Douro.
Estudar, estudar e estudar!!! Nova didática de ensino, novo modo de aprender a estudar, novo método de avaliação, ser forte e não desistir pelo fato de não ter encontrado a sala de aula certa, ou ter assistido à aula errada. E ao fim poder dizer: Eu consegui, ultrapassei desafios por mérito único e exclusivo meu, pois tem coisas que dependem só de você mesmo.
Passar São João levando martelada na cabeça (martelo de plástico) onde pessoas de todas as idades participam dessa tradição. Assistir o jogo da copa do mundo Brasil x Portugal, acompanhada de amigos portugueses e ver que essa rivalidade pode ser sadia e se tornar uma amizade.
Conviver não apenas com portugueses ou brasileiros, mas sim com poloneses, turcos, gregos, espanhóis e ver que essa mistura de etnias pode dar certo. Havendo assim uma grande troca de conhecimentos, um acrescentando um pouco de sua vida no outro e disso surgir uma mente aberta para o mundo.
São essas experiências que nos engrandecem e nos fazem ver que tudo vale a pena, é só vc querer e fazer de um sonho uma realidade e, dessa realidade, a sua felicidade!!!
Cristine Scheuer
Acadêmica do Curso de Farmácia da UNIJUÍ, está encerrando período de intercâmbio na Universidade do Porto, Portugal.