Mestranda em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade defende dissertação sobre Pobreza Menstrual - Unijuí

No dia 12 de junho, Gisele Coelho Böing, estudante do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS) da Unijuí, defendeu sua dissertação intitulada "Implicações da Pobreza Menstrual nas Atividades Cotidianas de Adolescentes". A pesquisa foi orientada pelo professor doutor Roberto Carbonera e coorientada pela professora doutora Vidica Bianchi. A banca foi constituída pela professora doutora Zélia Ferreira Caçador Anastácio, da Universidade do Minho, em Braga - Portugal; e pela professora doutora Juliana Maria Fachinetto (PPGSAS/Unijuí). A pesquisa abordou um tema de extrema relevância e pouco tratado no meio acadêmico: como a pobreza menstrual afeta o cotidiano das estudantes adolescentes.

O estudo da Gisele destaca que o período menstrual pode impactar significativamente a vida diária das estudantes devido às restrições de acesso a condições adequadas de higiene, ou devido ao desconhecimento sobre a saúde menstrual, o que compromete a realização normal de suas atividades. Esse é um problema que se repete, mensalmente, na vida dessas jovens, que exige ser abordado de forma interdisciplinar, pois envolve questões sociais, econômicas e ambientais, tendo implicações na saúde e no bem-estar social, segundo diretriz da área de Ciências Ambientais.

A pesquisa utilizou um método qualitativo de natureza observacional, descritiva e bibliográfica. A investigação de Gisele incluiu entrevistas e questionários submetidos a estudantes e professores do 6º Ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Centenário, em Ijuí, RS, durante o mês de dezembro de 2023. A pesquisa buscou entender as percepções sobre os benefícios do conhecimento e do acesso a bens e serviços que facilitem o enfrentamento do período menstrual. A temática dialoga fortemente, também, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, proposta pela Organização das Nações Unidas como desafio global para erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, tendo como mote “sem deixar ninguém para trás”.

Como conclusões, Gisele Coelho Böing ressalta que a menstruação ainda é um tabu para muitas adolescentes; que a desinformação prevalece, gera incômodo e desconforto físico e mental; e que o tema ainda é pouco tratado em família e deve ser melhor trabalhado na escola. Recomenda que as instituições de ensino incentivem os professores a facilitar o diálogo na sala de aula e no ambiente escolar sobre o tema, e que disponibilizem, na medida do possível, condições de prevenção e higiene para diminuir a evasão escolar e os efeitos adversos da menstruação, contribuindo para uma vida mais saudável e sustentável. Também destaca que hoje existem políticas públicas para que essas jovens tenham acesso aos recursos materiais necessários neste período, bem como para conhecer os utensílios sustentáveis, a fim de buscar superar a pobreza por dignidade menstrual.


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