Mestrando senegalês analisou sustentabilidade em município da região - Unijuí

O intercambista senegalês Mamadou Boye Diallo concluiu mais uma etapa de sua vida na Unijuí. O então mestrando do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade realizou, em sua dissertação, uma análise da sustentabilidade do município de Santo Antônio das Missões e propôs linhas estratégicas de desenvolvimento agrícola do local.

A dissertação intitulada “Análise da sustentabilidade da agricultura sob a abordagem dos sistemas agrários no município de Santo Antônio das Missões da Macrorregião Missioneira do Rio Grande do Sul” foi orientada pelo professor doutor Roberto Carbonera.

A formação em Ciências Jurídicas, Políticas e de Administração, voltada às áreas de Ciências Políticas e Relações Internacionais pela Universidade Cheikh Anta Diop de Dacar (Ucad) e o Diploma Técnico Superior (DTS) em Ordenamento do Território, Ambiente e Gestão Urbana pela Escola Superior de Economia Aplicada (Esea), foram essenciais para tornar a pesquisa ainda mais completa, segundo Mamadou.

Isso se deve, conforme explica, porque a pesquisa compreendeu uma série de etapas como a leitura da paisagem, entrevistas semiestruturadas junto às unidades de produção, análises técnica, econômica, social e ambiental dos principais sistemas de produção. “A partir desses estágios, foi elaborado um projeto com estratégias, que possui seu desenvolvimento justificado pela constante dinâmica de transformação na agricultura”, relata.

Mamadou apontou que as evidências de diferenças agroecológicas são significativas no município. Entre elas estão a expansão acentuada da cultura da soja, redução brusca da produção leiteira e sensível redução da pecuária e da ovinocultura. “Além disso, foram caracterizados 12 tipos de sistemas de produção e cinco casos emergentes, que representam uma diversidade tecnológica e socioeconômica da agricultura”, acrescenta.

Os pecuaristas familiares e os minifundiários possuem maior dificuldade social e, mesmo havendo uma diversificação das atividades agrícolas, há dependência da cultura da soja para muitos produtores. “Deste modo, seria necessário criar linhas estratégicas para um beneficiar três categorias específicas de agricultores”, explica.

“São eles os agricultores familiares com produção de grãos em baixa escala; os agricultores familiares com produção de baixa intensidade; e os agricultores familiares que apresentam dependência na cultura da soja, por apresentarem dificuldades de obter o nível de reprodução social, ou seja, renda agrícola mensal de um salário mínimo por unidade de trabalho familiar”, completa.

Mamadou é responsável pelo monitoramento e avaliação das atividades do Instituto Superior de Estudos Tecnológicos Aplicados - Grupo Iseta, no município de Tambacounda, onde reside atualmente. “Minha estadia no Brasil foi muito rica em experiências e descobertas. Atualmente sou agroempreendedor no município em que moro”, completa.

Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí


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