Com o objetivo de desenvolver pesquisas voltadas ao cultivo da linhaça, a Unijuí, por meio da Agência de Inovação e Tecnologia da Universidade (AGIT), firmou parceria com a empresa Cisbra. A empresa, que tem unidades em Ijuí e Panambi, atua há 27 anos no mercado de produtos integrais, oferecendo mix de grãos, flocos e farinhas integrais, óleo de linhaça, entre outros.
Por meio desta parceria serão desenvolvidas pesquisas durante três anos, com o objetivo de aprimorar estratégias de cultivo que maximizem o crescimento, desenvolvimento, produtividade e a qualidade dos grãos da linhaça. Estas pesquisas serão baseadas no zoneamento agroclimatológico da cultura, ajuste das práticas culturais e do arranjo de plantas para os principais genótipos de linhaça disponíveis, tanto com grãos marrons quanto dourados. Como parte da parceria, a empresa Cisbra fornecerá auxílio financeiro e técnico para o desenvolvimento das pesquisas, enquanto a universidade participará com a infraestrutura, bolsistas de graduação e de mestrado, professores e técnicos para melhor desenvolver o projeto técnico-científico.
Por isso, o projeto é vinculado ao Programa de Melhoramento Genético de Grãos, coordenado pelo professor Ivan Ricardo Carvalho e ao Programa de Mestrado em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade, coordenado pelo professor José Antonio Gonzalez da Silva, ambos da Unijuí. Tendo como beneficiário direto dos resultados do projeto os agricultores da região, Ivan entende que, com parcerias como esta, a Unijuí destaca-se como pioneira na região no âmbito de inovação no agronegócio. “Podemos evidenciar a grande contribuição da parceria entre a universidade e empresas, pois fomenta a inovação tecnológica em plantas de lavoura e melhoramento genético”, explica.
A pesquisa será desenvolvida no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR/Unijuí), localizado no município de Augusto Pestana, vinculado aoDepartamento de Estudos Agrários (DEAg). Segundo o professor Osório Antônio Lucchese, chefe do DEAg, é importante firmar parcerias com empresas como a Cisbra, pois elas permitem a aproximação do conhecimento desenvolvido pelos profissionais e pesquisadores da Universidade com o que está sendo executado pelos produtores, parceiros da empresa no campo. “Então, o grande objetivo desta parceria acaba sendo isso, a construção de conhecimento para que a gente possa referenciar, não só na nossa região, mas para todo o estado do Rio Grande do Sul e, porque não, para todo o sul do Brasil, as condições técnicas necessárias para desenvolver a cultura da linhaça de modo adequado e pleno. Esse é o grande objetivo dessas parcerias”, afirma Osório.
Segundo Alecson Thomas, gerente de Produção na Farinhas Integrais Cisbra, esta também é a visão da empresa. Ele explica que, durante os 27 anos de atuação da empresa, foram realizadas diversas viagens para países como o Canadá, um dos maiores produtores de linhaça do mundo, para buscar tecnologias e conhecimento. Porém, a empresa entende que é necessário também buscar uma melhor adaptação da planta na microrregião, e para isso, é preciso realizar estudos com capacidade técnica de profissionais e professores que auxiliem no entendimento das característica da cultura. “Os produtores que já vem plantando relatam toda experiência, os benefícios, pontos positivos e negativos da cultura. Mas é preciso, com o estudo, com a parceria da Unijuí, colocar isso no papel e tornar esse comentário, essas informações que estão hoje apenas de forma relatada pelos produtores, em um experimento, para que a gente possa levar com firmeza essas informações, e publicar elas”, conclui.
A parceria, segundo o professor Fernando Jaime González, Vice-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão (VRPGPE), faz parte da política da Universidade no fortalecimento do vínculo dos pesquisadores com o campo produtivo. “Neste caso em particular, envolve o interesse comum para a empresa e para a Universidade. Continuamos trabalhando para poder desenvolver, cada vez mais, esse setor de interesse estratégico para a nossa região”, explica Fernando. Ele destaca, ainda, que o projeto foi possível por meio da atuação da Agência de Inovação e Tecnologia da Unijuí (AGIT), que possui a responsabilidade de negociar tecnologias, dar subsídio aos pesquisadores na efetivação de projetos de parceria e fomentar a transferência de tecnologia da Universidade com o setor produtivo. A AGIT vem auxiliando pesquisadores sendo o elo institucional entre os parceiros interessados no conhecimento gerado na Universidade.
Saiba mais sobre o projeto “Desenvolvimento de Boas Práticas para a Cultura da Linhaça”
A pesquisa envolverá os anos agrícolas de 2020, 2021 e 2022 e será subdividida em três experimentos:
Experimento 1 – Desenvolvimento do zoneamento agroclimático da cultura da linhaça;
Experimento 2 – Ajuste do arranjo ótimo de plantas para maximizar a produtividade e a qualidade dos grãos de linhaça; e
Experimento 3 – Manejo eficiente do momento da aplicação e dose do nitrogênio em linhaça.
A equipe de pesquisa fornecerá relatórios preliminares ao final de cada ano do projeto (20 de dezembro de 2020 e 20 de dezembro de 2021) e um relatório final ao término da pesquisa (20 de dezembro de 2022). A partir dos dados mensurados e das informações obtidas, será formulada uma “Cartilha de Práticas de Manejo para a Cultura de Linhaça”.
Por Manuela Joana Engster, acadêmica de Jornalismo e estagiária da Agência Experimental Usina de Ideias