Na noite desta quinta-feira, 29 de junho, aconteceu no Centro de Eventos da Unijuí a exibição do documentário “Olha pra Elas”, que aborda a temática do encarceramento feminino. A exibição foi realizada pelo Projeto de Extensão Cinema e Direitos Humanos, vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Unijuí, e contou com a parceria da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo do Governo do Estado, Polícia Penal, 3ª Delegacia Penitenciária Regional, Comitê de Políticas de Atenção às Mulheres Privadas de Liberdade e Egressas do Sistema Penal do Estado, Panda Filmes e Falange Produções.
Dirigido por Tatiane Sager e com roteiro de Renato Dornelles, “Olha pra Elas” aborda o encarceramento das mulheres no Brasil, país que possui a terceira maior população carcerária feminina do mundo, sendo grande parte destas mulheres pobres, negras ou pardas, com baixa escolaridade. O documentário apresenta ao público casos reais em que são gritantes as questões de gênero; a feminilização da pobreza; situações de abandono no cárcere pelos parceiros e familiares; e a dura realidade de crianças que vivem com a mãe na prisão e, principalmente, a desestruturação destas famílias.
Conforme explicou o coordenador do PPG em Direito da Unijuí, professor doutor Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth, desde 2015 o projeto de extensão vem promovendo sessões de cinema periódicas sobre temas relacionados aos Direitos Humanos. “A proposta do projeto é promover debates a respeito dos Direitos Humanos e a partir da linguagem cinematográfica com públicos que não estão necessariamente vinculados à Universidade. E ontem não foi diferente. Promovemos uma discussão acerca das mulheres encarceradas e da invisibilidade que essas mulheres têm a partir do momento em que são inseridas no sistema carcerário”, explicou o professor.
Presente no evento, o diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal, Anderson Prochnow, destacou que o documentário apresenta a realidade que as pessoas vivem no sistema carcerário. “Muitas dúvidas surgem e às vezes nos perguntamos o que podemos fazer, como podemos ajudar essas pessoas que estão recolhidas, mas que amanhã vão estar convivendo em sociedade. Acredito que a maioria de nós quer que elas retornem melhor do que ingressaram, e esse é o objetivo da polícia penal. Preparar estas pessoas para o retorno à sociedade”, destacou o convidado, lembrando que há cerca de 43 mil pessoas detidas somente no Rio Grande do Sul.
Após a exibição do documentário, foi realizado um debate com a participação do roteirista e produtor do filme, Renato Dornelles; a presidente do Comitê de Políticas Públicas de Atenção às Mulheres Privadas de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional do Estado, Débora Ferreira; e a professora do PPGD, doutora Joice Graciele Nielsson.