Mostrando a realidade da vida em uma grande capital, no caso Porto Alegre, o documentário “De Boca em Boca” mostra, a partir de entrevistas realizadas em diversas bocas de fumo, com depoimentos de traficantes locais e moradores de uma comunidade sem voz, um ano conturbado na capital gaúcha, em que jovens perderam a vida devido aos crimes, com notícias brutais de esquartejamento e tortura de pessoas.
Além disso, para a produção foram entrevistados dois vereadores da capital, falando seu ponto de vista sobre os jovens no crime, traficantes em bairros diferentes e um ex- detento que cumpriu 20 anos de prisão por causa do tráfico. De Boca em Boca foi produzido em Morros e Vilas das Zonas Norte, Leste e Sul de Porto Alegre e nesta sexta-feira, às 14h, será exibido e debatido na Unijuí, em atividade online do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito, dentro da programação do Projeto de Extensão Cinema e Direitos Humanos.
Esta sessão, que será realizada de forma virtual, pelo Google Meet, terá a participação do autor do documentário, Wagner Abreu, estudante de jornalismo, diretor e produtor. Como documentarista, são algumas das suas principais realizações premiadas: “De Boca em Boca” (2017) e Teoria da Educação (2018). Entre seus prêmios estão: 61ºPrêmio ARI, 21º Prêmio Ministério Público de Jornalismo, 35º Prêmio de Jornalismo de Direitos Humanos, Melhor diretor e roteiro Tainha Dourada e Melhor Documentário 4º FECEA. Wagner inseriu-se nas comunidades de Porto Alegre atrás de relatos que esclarecessem para a sociedade como é o dia a dia de locais onde o tráfico é quem dita as leis.
“A intenção foi mostrar a realidade em lugares onde a mídia convencional não chega e esclarecer sobre a violência urbana no país. Muitos anos atrás a violência também não era tão forte assim, não se ouvia, ao menos, falar em esquartejamento, por exemplo. O filme também aborda sobre a importância das políticas públicas serem efetivadas”, salienta Wagner. Ele também informa que já está produzindo um novo filme, dando continuidade ao projeto, chamado de “De Boca em Boca 2: uma era sem fim”, mas em razão da pandemia vai demorar um pouco mais para esta obra chegar nas telas.