NEIDH Café & Conversa debate maio de 68 e seus reflexos 50 anos depois - Unijuí

                       

O NEIDH – Núcleo de Educação e Informação em Direitos Humanos do PPGD – Programa de Mestrado em Direito da Unijuí – Mestrado em Direitos Humanos, realizou quinta-feira, dia 24, mais uma edição do NEIDH Café e Conversa no Auditório do Mestrado. A conversa abordou o tema “Maio de 68: 50 anos depois”, pelo Professor Dr. Ivo Canabarro. e foi mediada pelo Professor Dr. Paulo Fensterseifer.

Integrando os Programas de Pós-Graduação em Educação nas Ciências e Direito da UNIJUÍ, o café propôs uma abordagem sobre os movimentos sociais de 1968 na França e seu reflexo no Brasil. O Professor Ivo iniciou a conversa apresentando o tema, explanando conceitos e fatos ocorridos durante a época.

Maio de 68: na França

Os movimentos iniciam em abril de 1968 com a Primavera de Praga, capital da  Tchecoslováquia. O movimento político contra o sistema socialista abriu espaço para as manifestações do mês de maio, ocorridas na França. Encabeçado por estudantes, os protestos aconteceram por conta da grande censura que a população vivia na época. “A principal característica desse momento histórico foram as manifestações culturais que aconteciam na Europa, os estudantes protagonizaram uma luta pelo feminismo, liberdade de expressão e uma reestruturação do sistema educacional francês”, explica Ivo.

Maio de 68: reflexo do movimento Europeu no Brasil

A repercussão da revolta estudantil e operária que acontecia na Europa resultou em vários movimentos mundiais. No Brasil o ano vivia um momento paradoxal comparando com a França. Ivo relata que “enquanto havia toda uma população europeia lutando pela liberdade, no Brasil seguíamos em uma ditadura militar, mas mesmo assim 1968 foi um ano emblemático para o país”.

Naquele ano, a morte de um estudante choca e comove boa parte dos brasileiros que lotam o velório de Edson Luís de Lima Souto, morto pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. A partir desse fato foi criado um grande movimento que foi chamado de “A Passeata dos Cem Mil”, ocorrida no dia 26 de junho contra a ditadura militar no Brasil. Apesar da grande repressão sofrida na época, as manifestações estudantis continuaram até 13 de dezembro, quando foi promulgado o Ato Institucional nº 5 (AI-5), marcando o início dos anos de chumbo da Ditadura Militar brasileira.

                  

1968: o ano que não terminou

Ao fazer uma relação dos fatos ocorridos com a leitura do livro “1968: o ano que não acabou” de Zuenir Ventura, o Professor Ivo Canabarro discorre sobre a importância do movimento e seus reflexos que seguem mundialmente até os dias de hoje.

O Professor Paulo Fensterseifer, ao realizar a mediação da conversa, provocou o debate sobre a crítica à modernidade. “Temos muitas conquistas que procederam desse movimento e nos permitem ter uma relação mais crítica a partir desses elementos”. E complementou sua fala com a pergunta, instigando os presentes: “como fazer o mundo comum com os ganhos de 68?”

Para Ivo o maior legado deixado pelos movimentos de maio de 68 é de que a união torna-se cada vez mais importante para que haja uma força de grande impacto social. “1968 é um ano que não acabou pois seguimos acreditando em um país melhor e na liberdade”, finaliza.

                


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