Fernando Jaime González, professor doutor do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação nas Ciências (PPGEC) da Unijuí, foi recentemente convidado para integrar a Comissão Técnica do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o Ensino Médio, junto à Secretaria Nacional de Educação Básica. A comissão é responsável por apoiar o Ministério da Educação (MEC) na avaliação pedagógica das obras didáticas e obras de projetos integradores que serão adquiridos e distribuídos a todos os estudantes de escolas públicas brasileiras entre os anos de 2025 e 2026.
Conforme explica o professor, foi a própria Secretaria que realizou o primeiro contato, convidando-o a responder um questionário sobre seu histórico profissional e experiência com a produção de livros didáticos. “Em um segundo momento, fui informado que minha indicação havia sido validada pelo Ministério da Educação para integrar a equipe de avaliação do PNLD Ensino Médio e atuar na Comissão Técnica, na etapa de avaliação pedagógica das obras didáticas e obras de projetos integradores. Durante a reunião de acolhimento, nos informaram que os 43 integrantes da Comissão Técnica foram escolhidos a partir de uma proposta de 700 candidatos, o que aumenta muito a nossa responsabilidade”, destacou o professor.
O trabalho daqui para frente, segundo o professor, será on-line. No momento, estão sendo alinhadas as questões administrativas e definidos pontos como responsabilidades, critérios para composição das equipes avaliadoras, cronograma de trabalho e termo de sigilo das ações. Assim que essa fase estiver concluída, terá início o trabalho vinculado à avaliação. “Nossa comissão será responsável por organizar uma equipe de trabalho para avaliação e, dependendo do número de obras que vão disputar o edital, esse grupo pode crescer bastante. Minha atuação será concentrada na área das linguagens, especialmente na Educação Física, mas a Comissão Técnica discute o conjunto dos critérios que serão observados na avaliação dos livros de todas as áreas.”
Segundo o professor Fernando, convites como esse sempre lhe trazem uma sensação dupla. Por um lado, sente alegria por ver sua trajetória sendo reconhecida - que também é a trajetória da Unijuí na Educação Básica e na Educação Física - e a certeza de que essa será uma experiência de grande aprendizado. “Já participei de iniciativas de envergadura semelhante, como da equipe da Base Nacional Comum Curricular (na primeira e na segunda versão) e como diretor acadêmico do Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano do PNUD, e sei que um dos principais benefícios é o aprendizado que vem das pessoas com quem você trabalha. Em uma reunião na semana passada, ficou claro que a equipe da Comissão Técnica é composta por pessoas de diversas regiões do país, com diferentes trajetórias no sistema educativo. O próprio grupo de trabalho do MEC também é altamente qualificado, o que indica que o processo será extremamente enriquecedor”, reforça o docente.
Por outro lado, como aponta o professor, há uma preocupação natural com as responsabilidades que estão por vir. “Essa iniciativa tem um enorme potencial para fortalecer um projeto de país que se reflete no que queremos que todo cidadão brasileiro aprenda no Ensino Médio. No entanto, a avaliação dos livros didáticos é um processo complexo, que mobiliza um grande número de instituições e representa uma política pública de grande impacto. Estamos falando da distribuição de cerca de 150 milhões de livros, com um investimento federal de R$ 1,9 bilhão”, observa o professor.