PPGEC da Unijuí é representado na 41ª Reunião Nacional da Anped, em Manaus - Unijuí

PPGEC da Unijuí é representado na 41ª Reunião Nacional da Anped, em Manaus

O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação nas Ciências (PPGEC) da Unijuí esteve representado por docentes, discentes e secretárias na 41º Reunião Nacional da Anped - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, realizada em Manaus, no Estado do Amazonas, de 22 a 27 de outubro, com o tema “Educação e Equidade: bases para amar-zonizar o país”.

A abertura do evento contou com apresentações culturais, explanações pelas autoridades que compuseram a mesa oficial, com reitores da UFAM-Universidade Federal do Amazonas e da UEA- Universidade do Estado do Amazonas, coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em Educação, entre outras autoridades ligadas à educação. 

No dia 25 de outubro, a professora Maria Regina Johann participou como convidada de uma sessão especial que tratou da temática "Povos originários e educação em perspectivas descolonizadoras: agendas científicas e políticas". A sessão foi organizada pelos Grupos de Trabalhos: GT10 – Alfabetização, Leitura e Escrita; GT21 – Educação e Relações Étnico-Raciais; e GT24 – Educação e Arte, sob a coordenação da professora Vanderlete Pereira da Silva (UEA), contando, também, com as palestrantes professoras Josélia Gomes Neves (UNIR) e Ione da Silva Jovino (UEPG).

Levando em consideração a temática da sessão e a representação do GT Educação e Arte, a professora Maria Regina abordou a questão da antropofagia e o desafio de pensar o mundo em uma perspectiva multi-identitária. Tratou do tema considerando a metáfora da antropofagia como uma referência ainda válida para se pensar os desafios do tempo presente e, para isso, mobilizou as obras e as ideias do artivista contemporâneo Jaider Esbell, falecido em 2021.

Esbell cunhou o termo arte indígena cosmopolítica e, assim, deu um importante indicativo de que essa perspectiva de arte considera a noção de totalidade, de um pertencimento cósmico, de fusão entre humanos, animais e demais elementos da natureza, mas não ignora os desafios e temas emergentes do mundo da vida. Por não separar cognição de estética, os artivistas praticam uma arte de bien viver, um viver que é artístico e estético pela coerência que o sustentam. Nesse sentido, Jaider Esbell afirma que “a arte indígena está essencialmente no dia a dia, na comunidade, na coletividade, nas práticas, que transcendem uma habilidade manual ou oral. Pressupõe todo um composto de vida, onde a arte maior é esse viver harmônico com o ambiente, isso que o Ocidente já separou como natureza”. 

Nesse horizonte, a postura do artivista reivindica o direito de “apresentar uma existência plural e contemporânea que acessa o tradicional e que mergulha nesse desafio comum de pensar um mundo viável tanto para índios quanto pretos, mulheres, gays e todas as classes”. O desafio, portanto, é pensar nos grupos ou pessoas que ficaram à margem e em que medida podem se inserir e atuar nos lugares designados para a arte (galerias, museus, salas de exposição) e tensionar os seus valores simbólicos, encharcados de tradição eurocêntrica, contribuindo para a revisão desses espaços e seus sentidos contemporâneos. Do ponto de vista de Jaider, pode ser que através desse lugar, da visibilidade do palco, do lugar da arte europeia, se possa tratar dessas complexidades e dizer que arte é política. Segundo a professora, do seu ponto de vista, o pensamento de Jaider permite pensar no potencial da antropofagia que dialoga com o diferente e dele se apropria, devorando suas potências e saberes e a vida como arte, uma vez que viver é um ato cocriativo, que exige de cada de um de nós a capacidade de reinvenção de si; dimensões que o viver ancestral nos inspira.

A professora Maria Simone Schwengber, com as suas orientandas Joice Drefs, Cauana Conceição e Ana Laura Arnhold, participaram dos GTs - Grupo de Trabalhos. A doutoranda Cauana Conceição apresentou o trabalho “As violências da (des) integração dos negros no município de Jóia/RS”, no GT21 - Educação e Relações Étnico-Raciais. E a doutoranda Ana Laura Arnhold apresentou o trabalho com o título “(In)justiça ambiental e a desigualdade de gênero: enunciações na BNCC”, no GT23 - Gênero, Sexualidade e Educação.

Já as secretárias Carmen Antunes e Thaís de Souza Lasch participaram do V ENSEC - Encontro Nacional das Secretárias(os) dos Programas de Pós-Graduação em Educação, com palestrantes e temas relacionados à função das mesmas, como Avaliação dos PPGEs; Plataforma Sucupira; Competência, Habilidade e atitudes dos profissionais; socialização de experiências entre os profissionais que atuam nas Secretarias dos PPGEs, entre outros.  

O grupo do PPGEC, participante do evento, ressalta que viveu uma experiência singular.  “Retornamos da Anped 2023 com alguns temas de casa, tais como: descaravelizar e reflorestar as Universidades” (Alva Rosa TuKano);  desaprender como as mulheres das florestas (Marcela da Silva Barbosa); des-amar como as mulheres angoleiras (Alessandra Ferreiras). Enfim, integrar a luta indígena é defender nossa cultura e ancestralidade” .

A Anped é um dos maiores eventos de educação do país e participar de tal evento permite contatar com diversos pesquisadores e suas temáticas, o que enriquece pontos de vista e amplia o diálogo entre professores, estudantes, pesquisadores e secretárias, potencializando parcerias interinstitucionais e pesquisas. 


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