Doutorando em Educação nas Ciências participa de eventos no Mato Grosso - Unijuí

O doutorando Rudião Rafael Wisniewski, orientando da professora Dra. Helena Copetti Callai, participou de eventos nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande, no estado do Mato Grosso.

Nos dias 15 e 16 de agosto, Rudião proferiu palestras no IFMT – Campus Várzea Grande. Dia 15, para o Curso Superior de Tecnologia em Gestão Pública, intitulada “Gestão e linguagem: polissemia e interpretação cotidiana”.

“O que nos permite conviver em harmonia, de maneira civilizada é nossa capacidade de comunicação e compreensão. No entanto, precisamos estar abertos para aceitar que as interpretações das questões cotidianas não são iguais para todos. Mesmo utilizando as mesmas palavras podemos entender algo diferente, pois as palavras são polissêmicas. Como já disse Gadamer precisamos compreender no dito, também o não dito. Ser humano é fazer boa gestão de nossa capacidade de linguagem, pois ela é que nos constitui”, destacou o doutourando.

 No dia 16, a fala foi realizada para as turmas do Curso Técnico em Logística Integrado ao Ensino Médio, sobre “Literatura indianista e Literatura indígena: olhar de fora e olhar por dentro”.

“Uma das características da escola literária Romantismo foi a tentativa de criar um herói nacional a partir da figura do índio. Essa literatura é chamada indianista, pois expressa uma visão eurocêntrica sobre os nativos brasileiros, considerados fortes, selvagens, mas puros devido ao não contato com o que consideravam cultura e civilização. Apenas com a aprovação da Lei 11.645/08 que versa sobre a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, foi que essas etnias começaram a ter voz e mostrar que já possuíam uma cultura antes dos portugueses aqui chegarem. A literatura indígena representa uma visão por dentro dos costumes, mitos e preocupações dos povos indígenas, representando a complexidade humana nos mais diversos aspectos, não fragmentada e deturpadamente como fazia a literatura indianista. Os principais autores de literatura indígena brasileiros são Eliane Potiguara e Daniel Munduruku”, destacou em sua fala.

Nos dias 20 e 21 de agosto, Rudião participou do Seminário Internacional sobre Identidades, Relacionamentos e Linguagens Emergentes na Amazônia, que aconteceu em Cuiabá, na Assembleia Legislativa do Mato Grosso.

O avanço da fronteira agrícola sobre o território amazônico e os consequentes impactos socioambientais foram os principais pontos das discussões. O evento trouxe falas de especialistas nacionais e internacionais (da França, Reino Unido e Estados Unidos), apresentações de trabalhos acadêmicos e debate com movimentos sociais e povos indígenas atingidos pelo agronegócio durante mesas de debate.

O seminário é parte de uma série de atividades organizadas pela Rede Agroculturas (www.agrocultures.org), uma iniciativa internacional coordenada pela Universidade Federal de Mato Grosso e pela Faculdade de Geografia da Universidade de Cardiff, no Reino Unido.

Além dos aspectos ambientais, geográficos, culturais, linguísticos e agrícolas relacionados “Às Amazônias”, como ressaltou o pesquisador americano David Salisbury, da Universidade de Richmond, em sua fala de encerramento do evento. Assim como atualmente se refere a Áfricas, na tentativa de expressar a enorme diversidade e multiplicidade que existem no continente. Amazônia não pode ser resumida a uma única visão, uma única história.

“Um dos momentos mais emocionantes foi de denúncia de assentados e mulheres indígenas sobre a expansão de hidrelétricas, indústrias e do agronegócio sobre suas terras. Ao questionar a respeito do que pode ser feito para o resgate da valorização da língua kaingang da Terra Indígena do Guarita, da região onde nasci, recebi o incentivo do linguista Sanderson Castro de Oliveira, da UFAM, e da multiculturalista Grace Iara Souza, da Kings College de Londres, para continuar com o projeto de resgate da literatura kaingang, por conseguinte, sua língua e cultura”, contou Ridião.  

Entre os dias 29 e 31 de agosto, o doutorando participou do II JOPEQ (2º Encontro de Jovens Pesquisadores do Centro-Oeste e Norte do Brasil), na UFMT - Cuiabá. O evento que iniciou ano passado com apresentação de trabalhos de mestrandos e doutorandos das regiões Centro-Oeste e Norte do brasil ganhou proporções continentais devido a relevância dos temas que envolvem, principalmente, questões ambientais, afro-brasileiras e indígenas. Tal qual o evento sobre linguagens da Amazônia, esse deixou clara a importância do trabalho em rede, ampliando as atividades da  Rede de Pesquisa, Ensino e Extensão em Educação nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil e na América Latina – RECONAL-Edu.

No dia 31 pela manhã, Rudião apresentou o trabalho escrito em parceria com o egresso do PPGEC, Dr. Jorge Alberto L. Fonseca: “"História e Cultura Indígena: Educação, Direitos Humanos e Filosofia da Libertação".

Rudião também participou do Fórum mato-grossense sobre Educação de Jovens e Adultos “Diálogos EJA”, com o intuito de aprender sobre a realidade dessa modalidade de ensino no estado e comparar com as atividades realizadas nas instituições do Rio Grande do Sul. A principal diferença são os CEJA (Centro de Educação de Jovens e Adultos), criados por decreto estadual e que realizam educação de ensino fundamental e médio, com foco em educação inclusiva, estando localizados principalmente em locais de vulnerabilidade social, como comunidades periféricas, por exemplo o CEJA da Associação de Catadores de Cuiabá. A semelhança com as atividades de EJA bem sucedidas no RS, como é o caso do PROEJA do IFFar- Panambi, é que, como disseram alguns depoimentos de alunos de EJA, durante o evento: “EJA é conteúdo, mas coração”, “Educar adultos é quebrar barreiras que a vida impôs” e “Os educadores refletem amor, fazendo o bem a todos, através da partilha de seus conhecimentos”.


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