O Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências – Mestrado e Doutorado, da UNIJUÍ, realizou no dia 15 de maio a sexta sessão pública de defesa de tese, da doutoranda Maristela Borin Busnello. A banca esteve integrada pelos professores doutores Walter Frantz (orientador, da UNIJUÍ), Elza Maria Fonseca Falkembach e Maria Simone Vione Schwengber (ambas da UNIJUÍ), Teresinha Weiller (UFSM) e Liane Beatriz Righi (UFRGS).
Na tese “Mulheres do Meio Rural: Espaço Educativo e de Cuidado de Si”, Maristela Busnello buscou estudar como os grupos de mulheres, vinculados a um projeto de educação-extensão no meio rural, produzem espaço educativo e de cuidado. “Os elementos teóricos situam a tese na confluência temática do debate sobre a saúde, a alimentação e a educação. Contextualizo o debate a respeito da saúde, sua promoção e a educação nos espaços grupais, visualizando estes espaços como conformadores de práticas e potencializadores de mudança. Trago ainda elementos conceituais sobre a alimentação e a nutrição como categorias consideradas nas ações e práticas educativas”, destaca Maristela.
Tendo presente estes elementos, ela investigou como ocorrem as práticas educativas em um grupo de mulheres vinculado a um projeto de educação-extensão no meio rural de Ijuí, amparada nos pressupostos de Freire e da educação popular em saúde. “Na pesquisa participante, utilizei diferentes estratégias para aproximação ao campo empírico. Além da observação participante junto ao grupo e registrada no caderno de campo, desenvolvi um grupo focal e entrevistei os educadores envolvidos nas ações do projeto”, destaca Maristela, acrescentando que, a partir destas análises, pôde defender a compreensão de que os espaços grupais são espaços educativos em que convivem diferentes compreensões de educação. “Quando o grupo considera e utiliza estratégias participativas, o diálogo e as realidades vivenciadas por cada uma das mulheres-sujeito do grupo, pode-se alcançar empoderamento e provocar mudança”.
A tese apontou, ainda, que por ser espaço de encontro e de vivência, no grupo se estabelecem laços de solidariedade que potencializam o cuidado de si. Identifica-se entre as mulheres do grupo o pertencimento e a mobilização para “estar” neste local e se constituírem como sujeitos com identidade. “O espaço grupal, pode se manter como espaço de resistência ao cotidiano conformador e se constituir em espaço de esperança para o alcance de outros modos de pensar/fazer as relações com a produção de alimentos e a alimentação, com a vida de modo mais digno e responsável”.