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O Programa de Pós-Graduação em Educação nas Ciências realizou no dia 22 de abril a banca de defesa final da tese intitulada “A Educação Republicana em Condorcet”, de autoria de Tiago Anderson Brutti, sob a orientação do professor Dr. Paulo Evaldo Fensterseifer. Fizeram parte da banca, além do orientador, os professores Cláudio Boeira Garcia, José Pedro Boufleuer, Helena Copetti Callai, Adriana Mattar Maamari (docente externa - UFSCAR) e Clemente Herrero Fabregat (docente externo – UAM/Madrid).
O autor é graduado em Direito, tendo cursado na UNIJUÍ o bacharelado em Filosofia, o Mestrado e, agora, o Doutorado. Durante o curso de doutorado realizou estágio sanduiche na Universidade Autônoma de Madrid, sob co-orientação do professor Dr. Clemente Herrero Fabregat, durante quatro meses. A tese consistiu em examinar os temas Educação e República, explicitando esses temas e seus vínculos com a questão dos sentimentos morais.
Sobre a tese
O objetivo principal foi apreender ideias matriciais sobre esses assuntos na obra de Condorcet, um pensador referencial do republicanismo do século 18. A pergunta “quais teses e argumentos do filósofo, formulados à época das revoluções nos Estados Unidos da América e na França, são ainda relevantes para se pensar justificativas práticas e morais das instituições políticas e educacionais?” é cotejada ao longo do texto da investigação com a explicitação de elementos essenciais das configurações de república e de instrução pública reivindicadas por Condorcet.
Brutti considera, assim como Condorcet, que a educação republicana deve ser universal, a fim de que os cidadãos de todas as classes e gerações, segundo suas capacidades e escolhas, desenvolvam seus talentos e profissões. A república democrática, mais que outras formas de governo e de exercício do poder, tem por definição constitucional instituir uma sociedade moral que assegure a pluralidade política; que propicie o conhecimento de direitos e deveres próprios da comunidade e da humanidade; que favoreça a redução das causas de dependência econômica e política, a apropriação de conhecimentos, técnicas e habilidades reclamadas pelas sociedades; que prepare os cidadãos para as condições imprevistas que a própria vida e o meio ambiente podem apresentar; que estimule o laicismo na esfera pública e o desenvolvimento de ideias e sentimentos que favoreçam a compaixão, a felicidade pública e individual; que respeite as diferenças nas capacidades de aprendizagem, desde que não defina hierarquias escolares discriminadoras.