Espaço da mulher no tradicionalismo foi tema do Rizoma - Unijuí

Visando debater o olhar, as vivências e as histórias femininas na cultura gaúcha, o Rizoma Temático desta quinta-feira, 9 de junho, trouxe convidadas de renome para discutir a temática “Elas na cultura gaúcha: o destaque da mulher no movimento tradicionalista”.

As mulheres vêm tomando espaço em locais que antes eram protagonizados, em sua grande maioria, por homens. Um destes ambientes é a cultura nativista, que cada vez mais ganha representantes femininas, se destacando e oportunizando que outras mulheres ocupem os ambientes tradicionalistas.

A edição contou com a participação da coordenadora do Colegiado Setorial de Música do Rio Grande do Sul e produtora musical, Adriana Sperandir; a cantora e apresentadora de TV, Maria Luiza Benitez; a apresentadora de TV, cantora e jornalista, Shana Müller; e o integrante da Associação Cultural Canto de Luz, comentarista colaborador do projeto Trilha Cultural da Unijuí FM, Vander Olson.

A cantora Maria Luiza Benitez iniciou dando seu ponto de vista sobre o cenário atual do universo musical tradicionalista. “Eu vejo com bons olhos a geração de grandes cantoras, ainda jovens, que está surgindo para nos substituir, mas ainda falta espaço para a mulher, pois são raríssimas as mulheres que ganham bem com shows aqui no Rio Grande do Sul. Ainda falta espaço para mulher para tudo”, comentou.

De acordo com a apresentadora Shana Müller, houve progresso, mas ele ainda não é suficiente. “A gente viu, com o passar dos anos, que o tradicionalismo foi constituído em cima das mulheres, a exemplo do próprio concurso de prendas, que é uma sabatina - para ser prenda a jovem precisa estar preparada. Essa construção foi mostrando dentro do tradicionalismo que as mulheres precisavam ocupar espaços não apenas de ornamentação, mas também para pensar a tradição como um movimento organizado”, salientou.

Adriana Sperandir acrescentou dizendo que essa é uma briga que ocorre em diversos espaços e reafirmou que o objetivo é seguir avançando. “Para as mulheres, no geral, é necessário brigar muito mais para chegar a qualquer setor do mercado. Contudo, vejo com bons olhos as jovens que estão vindo com garra para essa luta, para progredir cada vez mais”, afirmou a coordenadora.

Para Vander, dentre um dos pontos que pode ser alterado é a própria avaliação dos festivais nativistas. “De fato, as mesas avaliadoras de muitos festivais são predominantemente masculinas e muitas vezes são conservadoras em relação às próprias letras”, disse.

Gabriel R. Jaskulski, acadêmico de Jornalismo da Unijuí

Confira o Rizoma Temático na íntegra:


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