Convidadas debatem lutas e conquistas das mulheres no Rizoma Temático - Unijuí

Três convidadas e três apresentadoras participaram, nesta quinta-feira, dia 11 de março, do Rizoma Temático na Unijuí FM, que trabalhou o tema “Mês das Mulheres: uma constante luta por igualdade e respeito”.

Apresentado pela locutora da Rádio Unijuí FM, Marina Moesch, pela jornalista da Assessoria de Marketing da Unijuí, Lays Borges, e pela jornalista e chefe do setor, Talita Mazzola, o programa contou com a presença de Elis Regina Allegranzzi, chefe da Agência do IBGE de Ijuí e coordenadora regional do Censo Demográfico; Sônia Fengler, psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Unijuí; e Ana Carolina Monteiro, engenheira eletricista e integrante do primeiro mandato coletivo de Ijuí.

Conforme destacou Elis, as mulheres ainda são maioria entre a população brasileira: representam 52% dos habitantes. E essa pequena diferença no percentual dos homens, que somam 48%, está associada, por exemplo, ao fato de que eles estão mais envolvidos em eventos graves, e acabam falecendo mais cedo, principalmente entre 19 e 30 anos, e ao fato de que as mulheres vivem mais, causando desequilíbrio também na faixa acima dos 60 anos.

Outro dado interessante, apresentado por Elis, é que a taxa de fecundidade vem caindo ano após ano: em 2000, no Brasil, eram 2,39 filhos por mulher; em 2016, esse número caiu para 1,69 filhos. A taxa gaúcha é ainda menor: passou de 2,16, em 2000, para 1,55, em 2016. E essa queda está associada a mudanças de vida, ao que as mulheres buscam atualmente. “Quanto maior são os anos de estudo, menor é a taxa de fecundidade. Alguns valores mudaram a dinâmica da vida”, explicou Elis.

Os valores mudaram e a busca por espaços, pelas mulheres, também aumentou. Ana Monteiro não só representa uma profissão liderada por homens, a Engenharia Elétrica, como também integra um coletivo de cinco mulheres que, hoje, ocupa uma cadeira na Câmara Municipal. “Embora tenhamos um número maior de mulheres no País, ainda temos pouco espaço na política, com mais homens se candidatando e vencendo as eleições, e um grande  esforço para que mulheres votem em outras mulheres”, disse, destacando que o grupo recebeu com surpresa, alegria e responsabilidade a vitória nas urnas.

A questão cultural também foi abordada pela psicóloga Sônia Fengler, que atua tanto no projeto Sala de Espera, que dá suporte às mulheres em situação de violência, quanto na Penitenciária Modulada, junto a homens que cometeram violência. Ela lembrou que, até pouco tempo, a mulher era preparada apenas para dar conta do casamento, cuidar do marido e procriar. E se ela não respondesse às expectativas, era castigada – ela devia agradecer por ser castigada. A mulher acreditava que pertencia a este lugar, e por isso a violência doméstica é tão complexa, conforme aponta a profissional.

Confira o debate completo no podcast abaixo:


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