O Futebol Feminino foi o tema da semana em mais um Rizoma especial! E para falar sobre o assunto, os estúdios da 106.9 receberam, na manhã desta quarta-feira, 28, a treinadora do Esporte Clube Ijuí, Marli Lourenzon; a jogadora amadora Tatiane de Oliveira Bertó; e a jornalista esportiva Valéria Foletto, para um bate-papo sobre esporte, preconceito e as dificuldades na inserção da mulher em um ambiente que, até então, possuía um caráter predominantemente masculino.
Marli, que trabalha com futebol desde os 14 anos, foi uma das fundadoras do Esporte Clube Ijuí. Durante a entrevista, comentou sobre a falta de investimentos no futebol feminino em comparação com o futebol masculino. "O que um jogador reserva no masculino ganha poderia manter a estrutura de uma equipe para o ano inteiro", disse. No entanto, apesar da falta em estrutura, a dirigente ressalta que equipes como a seleção brasileira de futebol feminino ainda chegam entre as quatro ou seis melhores equipes do mundo.
Tatiane Oliveira Bertó, por sua vez, é jogadora amadora no MAF - Mulheres Amantes do Futebol, grupo que, há sete anos, reúne mulheres para jogos descontraídos, por lazer e diversão. De acordo com Tatiane, algumas das dificuldades enfrentadas pelas jogadoras envolvem prioridades como filhos e algumas lesões. "Acaba que o MAF mudou nesses sete anos algumas das componentes do grupo, mas não mudou a amizade".
Valéria Foletto é estudante do último semestre no curso de Jornalismo na Unijuí, atuando em coberturas esportivas tanto no futebol amador, em Pejuçara; quanto no profissional, cobrindo a Divisão de Acesso pela Rádio Progresso. Este ano, a repórter trabalha na transmissão do camponato gaúcho pela TV Ijuí. "É um ambiente predominantemente masculino, e historicamente sempre foi, mas aos poucos isso está mudando", comentou a jornalista ao falar sobre a inserção das mulheres nesse mercado de trabalho.
#DeixaElaTrabalhar
Também foi pauta da entrevista uma campanha encabeçada por repórteres esportivas que joga luz sobre a questão do assédio e machismo nos estádios e, inclusive, fora deles. Com o mote #DeixaElaTrabalhar, um grupo de cerca de 50 jornalistas mulheres de todo o país lançou a campanha em vídeo, relatando comentários violentos e ameaças de estupro sofridas em estádios e, também, nas suas redes sociais.
"É uma coisa que acontece com a grande maioria das mulheres que trabalham com esporte, não tem uma que não sofra com isso: com comentários maldosos, xingamentos, assédio, ou você chega para entrevistar a pessoa e ela quer te dar um beijo no rosto", relatou a jornalista Valéria Foletto durante a entrevista. De acordo com ela, torna-se difícil para a mulher expor esse tipo de atitude no campo jornalístico pois, muitas vezes, trabalha para uma empresa com anunciantes. "Dependendo de quem você vai querer afrontar, quem se prejudica é você", reflete.
Já a treinadora Marli Lourenzon comentou sobre casos em que as jogadoras do futebol amador perderam até mesmo seus empregos, por casos de preconceito ou homofobia. "Para mim o importante é que elas joguem; o que elas fazem fora, na vida pessoal delas ou a minha vida pessoal também não entra dentro do clube, mas ainda somos bastante criticadas por isso", concluiu a dirigente.
Ouça, logo abaixo, a entrevista completa sobre o tema da semana no Rizoma: o Futebol Feminino: