Não é uma grande nova observação que quando artistas morrem prematuramente, eles tendem a ficar fixos em nossas imaginações como sempre jovens e belos – livres de manchas, erros e os estragos individuais da idade e o declínio comercial. Veja Amy Winehouse por exemplo, quase cinco anos depois ainda permanece em nossas mentes.
No caso de Jeff Buckley, que morreu aos 30 anos de idade em 1997, o fenômeno é ainda mais acentuado, porque os anos que antecederam sua morte foram coletados e assim surgiu a oportunidade de aprofundar ainda mais na carreira do músico. Desde o início de suas gravações até as mais recentes.
“You and I”: mantendo viva a memória de Jeff Buckley
Ouvir algumas de suas mais antigas gravações é como assistir um músico já etéreo em sentido reverso. A coletânea You and I reúne 10 canções de suas demonstrações, as quais foram gravadas em fevereiro de 1993, pouco tempo depois de ter assinado contrato com sua gravadora.
Por mais de 20 anos as demos foram esquecidas nos cofres da gravadora. Recém-descobertas, elas mostram um artista de 26 anos de idade florescendo, aproveitando sua voz: aprendendo a manipular seu poder vocal, quando se segurar e aprendendo a traduzir plenamente as suas influências em um som de sua autoria.
Muitas dessas canções são covers e os artistas representados ajudaram a dar os contornos ao próprio estilo de Jeff Buckley. Esses artistas incluem The Smiths, Bob Dylan, Bukka White e Led Zeppelin, entre outros. Esses covers ajudam a fornecer uma noção de onde suas influências de rock e pop articulados surgiram, bem como seu amor por blues e jazz.
Existem duas canções originais: Grace e Dream Of You And I, e é nesta parte que a coletânea é mais esclarecedora, onde o artista clarifica suas ideias, seus sons, mesmo que tecnicamente inacabados.
Assim como grande parte da produção póstuma de Jeff Buckley, You and I não foi feito para ser ouvido pelo público. Em circunstâncias normais, seria pouco mais que uma curiosidade. Mas em sua essência, é outra peça fundamental de um quebra-cabeça de Jeff que jamais sentiremos que está completa. Ouça na íntegra aqui!
Fonte: A Gambiarra
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