Há 10 anos Lei Di Dai leva o Dancehall para os quatro cantos do Brasil - Unijuí

Há 10 anos Lei Di Dai leva o Dancehall para os quatro cantos do Brasil


Lei Di Dai talvez não seja um nome muito conhecido para a grande maioria das pessoas, mas eis o que você precisa saber: ela é um dos maiores nomes do estilo Dancehall no Brasil. A origem da musicalidade vem da Jamaica, mas a artista brasileira ainda insere elementos da Black Music às suas composições.

Completando dez anos de carreira, Lei Di Dai lança mais um disco na sua história musical, pela RedBull Station. O novo álbum se chama #quemtemfétavivo, e mescla alguns elementos importantes, musicalmente falando. Tão importantes que grandes nomes do mainstream já passam a usar.

Alguns desses nomes que também inseriram elementos do Dancehall em suas músicas são Justin Bieber, com a sua viciante Sorry; mais recentemente, Rihanna e seu Work; além de Diplo e Skrillex, aquela dupla responsável por mesclar ritmos de vários lugares diferentes.

Por aqui, Lei Di Dai continua trilhando seu caminho, e nos concedeu uma breve entrevista onde falou muito sobre o futuro do Dancehall no Brasil, a receptividade e representatividade do ritmo, além das suas referências e influências. Então aproveite a leitura enquanto ouve, na íntegra, o novo trabalho da cantora:

Lei Di Dai: uma mulher que sabe o que faz

Eu tive a oportunidade de conhecer Lei Di Dai há cerca de um ano, enquanto cobria o Festival Vaca Amarela. Lembro que na época cheguei a tempo de pegar metade de seu show. Lembro também que a energia era contagiante. O estilo é um grande passo para gerar esta energia, mas a artista também merece muito crédito aqui.

O show, repleto de dançarinos experts em hip hop, é daqueles que realmente não deixam ninguém parado, mesmo quem nunca teve contato com o Dancehall. No final do show, eu tive que procurar Lei Di Dai para parabenizá-la. E o que era para ser um simples elogio, acabou se tornando uma conversa deliciosamente longa sobre música, cultura e representatividade.

A carreira de Lei Di Dai começou basicamente em 1999, quando ela se apresentava como cantora, compositora e DJ, além de fazer parte da banda Camarão na Brasa. Mas foi em 2005 que tudo começou a mudar: ela resolveu assumir o nome pelo qual é conhecida hoje e de quebra apareceu na Rolling Stone Brasil no ano seguinte, quando foi coroada pela revista como a Rainha do Dancehall Ragga Brasileiro.

Seu primeiro disco, Alpha & Omega, foi o mais vendido do gênero no país, em 2008. Já no ano seguinte, foi indicada a um VMA, fez shows pela Europa e também representou o Brasil na mixtape do South Rakkas Crew de Los Angeles.

Lei Di Dai é simples e tem a alegria nos olhos. De fala fácil, contava detalhes da sua carreira e de tudo o que lhe influenciava, bem como seu estilo de vida e a sua experiência cantando em festivais alternativos. 

Conte-nos um pouco mais da sua escolha pelo seu estilo musical e da própria história do estilo.

Cresci ouvindo reggae em casa, fui uma adolescente nos anos 90, e frequentava muitos bailes, e na hora do Dancehall Raggamuffin, eu ficava louca e sempre dizia: quero ser cantora de raggamuffin. Em 99 comecei a cantar na banda “Camarão na Brasa” fazendo som sem rótulos pela noite de SP, que durou até 2004. Em 2005 decidi seguir carreira solo assumindo o dancehall por completo; em 2006 fiz muitos shows e sai na revista Rolling stone: “Lei Di Dai a rainha do Dancehall brasileiro”, assumi esse posto e não parei mais de trabalhar lancei três albuns e sigo feliz . O estilo é a uma vertente do reggae criado no final dos anos 70 e ganhou notoriedade nos anos 80. A cultura Dj & microfone jamaicana inspirou e inspira o Hip Hop e a música eletrônica mundial.

Como você vê a abertura e aceitação do mercado e dos festivais em relação ao estilo?

O mercado musical está aceitando que existe essa vertente, porém ainda só vendem em lojas especializadas ou via web. Em relação ao estilo, eu participei de diversos festivais, ao longo da minha carreira, com diferentes estilos músicas, essa interação fortalece meu trabalho como uma artista independente, tenho um selo musical chamado “rainha da lata” e o sound system “Gueto pro gueto sistema de som”, e sentimos que os shows são a melhor vitrine pra vender os nossos produtos.

O estilo ainda é pouco difundido por todo o Brasil, mas está crescendo de forma firme e sustentável. Como você imagina o futuro do Dancehall por aqui?

O estillo no brasil é bem conhecido mais na linguagem black music, desde dos anos 80 é divulgado no brasil assim, conhecemos Shaggy o mista “Lova lova”, Sean Paul, Mad Lion, Ninja Man, vários sons que embalam as pistas das festas blacks, hip hop faz muito tempo. E esse ano o Bummmm do work work work da Rihana, Sorry do Bieber produzido por Skrillex, o Diplo “Major Lazer”, Beyonce, Snoop Dog, todos esses artistas e produtores, estão na onda dancehall. O futuro é agora!!!! o dancehall tá invadindo e influenciando muitos artista e no brasil cada dia tem mais sound system tocando e fazendo festas do estilo.

O Dancehall vem da Jamaica. Como você vê a representatividade dessa junção de culturas? O mercado respeita o estilo ou ainda tem muito a melhorar?

O estilo jamaicano influencia diversas vertentes, e a cultura continua firme e forte! seria muito mais fácil pra minha trajetória musical, dizer que canto black music ou rap, mais fui corajosa de desde do principio em assumir a vertente jamaicana e seus elementos e construir uma carreira solo de 10 anos, sendo pioneira no estilo. Tenho certeza que ainda vai melhorar e muito o mercado musical, mais graças a Jah! vivo e faço meu trabalho com muito respeito e amor ao Dancehall.

Quais são suas influências musicais?

Sou completamente entregue a musica jamaicana, mais também tenho a influência do jazz, soul, funk, samba. Amo Nina Simone, Jovelina Perola Negra, Elza Soares, Sister Carol, Lady Saw, Patra, Barrigton Levy.

Que artistas você tem ouvido ultimamente?

Garnet Silk, Capleton, Buju Banton, Sizzla, Beenie Man, Yellow Man, Patra, Barrigton Levy e as modernidades atuais da musica eletrônica, com influência jamaicana.

Informações sobre shows e venda de discos podem ser obtidas no Facebook oficial da cantora

Fonte: A Gambiarra


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