Você com certeza conhece a Princesa Leia. Penteado e figurinos icônicos, forte, durona, debochada e de uma beleza ímpar. Uma das maiores personagens femininas na história do cinema, perfeitamente interpretada por Carrie Fisher, que nos deixou aos 60 anos nesta terça-feira (27).
Em Star Wars, uma saga feita especialmente para um público nerd, em sua maioria masculino e muitas vezes machista, ela foi a personagem ideal para introduzir esse mundo também às mulheres. Leia era tudo o que uma princesa tinha que ser, longe de estereótipos de beleza e comportamento.
Enquanto isso, Carrie por Carrie foi uma das personalidades mais necessárias da mídia. Lutou contra e venceu as drogas, abriu o coração sobre seus problemas mentais e ajudou quem também os tinha, falou sobre sexo, sobre amor, sobre casos com Harrison Ford (Han Solo), sobre tudo e mais um pouco. Não estava nem aí para sua imagem “manchada”, mostrava o dedo, a língua e falava palavrão. Do jeito que queria ser.
Para que não deixemos passar em branco toda a extensa carreira deste ícone além da Princesa Leia, te mostraremos abaixo algumas das várias facetas de Carrie Fisher e seus melhores momentos.
A atriz
Carrie Frances Fisher começou a carreira ainda criança, ao lado da mãe e atriz Debbie Reynolds, na TV. Aos 19 anos, teve seu primeiro grande papel no cinema no filme Shampoo (1975), onde interpretou a personagem Lorna Karpf e abriu seus caminhos para outras produções.
Foi em 1977, aos 21 anos de idade, que Carrie foi escalada para viver o papel que mudaria sua vida para sempre. À época, a atriz achou que o roteiro de Star Wars, e principalmente seu papel como a Princesa Leia, eram fantásticos, mas duvidava que agradaria ao público. Bom, nós sabemos como essa história termina.
Outros papeis de destaque na carreira da atriz foram em Under The Rainbow (1981), Os Irmãos Cara-de-Pau (1980), When Harry Met Sally (1989), Drop Dead Fred (1991), espetáculos da Broadway, e séries como Sex And The City, Smallville, Weeds, 30 Rock e The Big Bang Theory.
A personalidade sexy e ao mesmo tempo engraçada e forte esteve sempre presente na atuação de Fisher.
A escritora e roteirista
O talento da atriz com as palavras é inegável.
Carrie tem na bagagem cinco romances, o primeiro sendo o semi-autobiográfico Postcards From The Edge (1987), o qual a autora adaptou para um filme de mesmo nome no anos 90.
Mas o grande destaque de Fisher na literatura é mesmo suas autobiografias, que descrevem em detalhes sua vida amorosa, profissional e seus problemas psicológicos e com drogas. O livro Wishful Drinking, de 2008, é uma adaptação do monólogo teatral de Carrie Fisher, onde expôs seus anos mais loucos e memórias da época de Star Wars. A obra acabou virando um documentário da HBO e fez um grande sucesso.
Antes de falecer nesta semana, Carrie promovia sua nova autobiografia, The Princess Diarist, onde revela o caso amoroso que teve com Harrison Ford durante as filmagens de Star Wars.
A ativista
Fisher sempre foi extremamente aberta sobre seus problemas psicológicos e com as drogas, principalmente em seus livros.
A atriz sofria de bipolaridade, e revelou em diversas entrevistas que o uso descontrolado de cocaína era seu escape, e que as drogas a faziam se sentir “uma pessoa normal e contida”. Fisher contou que, durante as filmagens do Episódio 5: O Império Contra-Ataca (1980), estava boa parte do tempo sob o efeito da substância.
O fato de Carrie abrir sua vida pessoal à mídia foi um fator chave na ajuda de pessoas na mesma situação. Ainda este ano, a atriz recebeu um prêmio da Universidade de Harvard por seu ativismo com relação às doenças mentais e abuso de drogas, sempre usando de sua “empatia e criatividade”.
O papel de Fisher nesta discussão foi e ainda é extremamente necessário. Ela entendeu como ninguém o quanto é importante falar sobre o assunto, romper este tabu, para que tenhamos entendimento e tratemos o problema sem preconceitos. Fica claro que “desabafar” por meio de seus livros e entrevistas também a ajudou a lutar contra seus próprios demônios.
A cantora Carrie Fisher
Tudo bem, essa nunca foi uma carreira paralela de Carrie. Mas que ela cantava muito bem, cantava. A atriz soltou a voz em público pela primeira vez no Especial de Natal de Star Wars, em 1978, e de lá pra cá deu algumas pontas como cantora por aí, como por exemplo em um show da banda de Yoko Ono.
Selecionamos alguns vídeos para que você confira mais este talento de Fisher:
Carrie Fisher, mãe e mulher
Nenhum desses vários momentos maravilhosos na carreira de Carrie seria possível se ela não fosse… bem, ela. Além de atriz, escritora, roteirista e várias outras profissões, Fisher também era mãe e uma mulher independente, que trilhou sua carreira de altos e baixos com bom humor e muita simpatia.
Ela foi um dos primeiros ícones feministas enquanto Leia, que trouxe um novo significado ao posto de “princesa” e mostrou que meninas podem, sim, lutar e serem tão fodonas quanto qualquer um. E enquanto Carrie, ela mostrou toda sua força ao superar seus problemas e dar a volta por cima com muita graciosidade.
Onde quer que esteja agora, Carrie Fisher, descanse em paz. E que a força esteja com você, e também conosco, que ficaremos por aqui sentindo sua falta.
Fonte: Editorial / Tenho mais discos que amigos