Artigo publicado pelo Mestrado em Atenção Integral à Saúde demonstra avanços no uso de novos biomarcadores de saúde no diabetes - Unijuí

Artigo publicado pelo Mestrado em Atenção Integral à Saúde demonstra avanços no uso de novos biomarcadores de saúde no diabetes

O estudo publicado na revista internacional Cell Stress and Chaperones - disponível neste link, investigou se um marcador de estresse de nossas células estava alterado em mulheres na pós-menopausa com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Estudos anteriores já haviam demonstrado que os níveis de proteínas de estresse estão aumentados no meio extracelular (plasma ou soro), em especial uma classe de proteínas marcadoras de estresse celular em condições inflamatórias, as proteínas de choque térmico de 70 kilodaltons, chamadas de HSP70, do inglês 70-kDa Heat Shock Proteins.

De modo independente, diversos estudos, de diferentes laboratórios do mundo, demonstram que as HSP70 estão aumentadas no meio extracelular (chamadas de eHSP70) e relacionadas com a inflamação crônica de baixo grau em pacientes com DM2. De modo paralelo, outros estudos demonstram que em diabéticos, os níveis destas proteínas estão diminuídos no interior de diferentes células (chamadas de iHSP70), locais onde justamente desempenham papel anti-inflamatório, importante no controle glicêmico.

Proposto em 2011 como um biomarcador de estresse, com papel fisiológico relevante no equilíbrio inflamatório, a existência de um índice mensurável de equilíbrio entre as proteínas de choque térmico fora e dentro das células (chamada razão eHSP70/iHSP70), passou a ser investigada.  Esta hipótese vem sendo testada ao longo de aproximadamente 12 anos pelo Grupo de Pesquisa em Fisiologia  da Unijuí (GPeF) e por grupos de instituições brasileiras da UFCSPA, UFRGS, UFPR, USP e estrangeiras como Austrália, EUA, Índia, Irlanda e outras, em cultura de células e em pesquisa com animais.

Este artigo recém-publicado, oriundo da dissertação de mestrado de Priscila Seibert (biomédica), orientado pela professora doutora Mirna Stela Ludwig e coorientada pelo professor doutor Matias Nunes Frizzo, inova ao medir os níveis de HSP70 e calcular a relação eHSP70 / iHSP70 individualmente, pela primeira vez em humanos. Calculado e previsto inicialmente na tese de doutorado do professor doutor Thiago Gomes Heck em linfócitos em cultura de células, este índice foi também calculado em diferentes estudos em animais de laboratório, em dissertações e artigos anteriores do PPGAIS - dissertações de Maicon Sulzbacher, Marcos Soares, Lilian Costa Beber, Aline Mai - e de outras instituições de ensino. Embora os estudos anteriores tenham investigado a relação eHSP70 / iHSP70 em diferentes situações, tecidos e procedimentos, em animais de laboratório, este novo artigo mostrou evidências sobre a real existência desse equilíbrio, desta vez investigando seres humanos com DM2.

O artigo demonstra que a relação eHSP70/iHSP70 está aumentada em mulheres na pós-menopausa com DM2, apoiando a hipótese de que este índice pode ser um biomarcador de estresse celular alterado no DM2. Até onde se sabe, esta é a primeira evidência de estudo em humanos de que é possível medir a proporção de HSP70 encontrada no plasma e em leucócitos, podendo ser útil para indicar níveis de estresse e inflamação do organismo. Assim, este índice pode ser utilizado para avaliação de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose, que aumenta a probabilidade de ocorrência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Ou ainda, este índice pode ser utilizado para avaliação dos efeitos de diferentes estratégias terapêuticas, atualmente em investigação pelo Grupo de Pesquisa em Fisiologia, como o exercício físico, a terapia térmica de calor e intervenções nutricionais.

Destaca-se que o trabalho realizado também contou com a participação de outros estudantes do Mestrado em Atenção Integral à Saúde, como as biomédicas Carolain Anklam e Angela Sangiovo, as biólogas Lílian Costa Beber e Fernanda dos Santos, os enfermeiros Lucas Sulzbacher e Maicon Sulzbacher, além da professora doutora Pauline Goettems Fiorin, demonstrando o potencial da interação interdisciplinar na geração de conhecimento.


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