Na tarde desta segunda-feira, 27, a turma 231 da EFA promoveu a segunda edição da Mesa Literária, intitulada “Diásporas, subúrbios e discriminação: observações sociológicas nas obras modernistas de Lima Barreto, Graciliano Ramos, Paulo Lins e Jeferson Tenório”. O encontro aconteceu no Centro de Eventos da Unijuí e contou com a presença das demais turmas do Ensino Médio, da coordenadora pedagógica Vivan Lunardi, orientadora Sandra Janice Nunes e da vice-diretora da escola, Eduarda Burckardt.
De acordo com o professor Dr. Leandro Renner de Moura, responsável pela disciplina de Literatura, o objetivo da Mesa literária deste ano foi permitir que os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio embarcassem em uma profunda reflexão, aproximando as obras desses grandes escritores a temas emergentes da sociedade atual. A intenção de fundo foi possibilitar o entendimento ampliado do papel da Literatura na compreensão dos mais variados desafios sociais, étnicos e raciais enfrentados por povos, comunidades, famílias e indivíduos na contemporaneidade, os quais se deslocam de uma região para outra na busca por dignidade, enfrentando as circunstâncias de uma sociedade ainda fortemente marcada pelo preconceito e pela discriminação.
A saga nordestina, compreendida no evento enquanto uma diáspora, em função dos conhecidos processos de deslocamento/migração de milhares de pessoas para o centro do país, foi brilhantemente explorada pelos alunos a partir das obras “Vidas Secas” e “Cidade de Deus”, dos escritores Graciliano Ramos e Paulo Lins, respectivamente. Os grupos encarregados produziram minidocumentários, entrevistas e vídeos mudos, retratando o drama vivido pelas famílias retirantes, uma realidade de miséria, ignorância, perseguições e preconceitos.
Já as obras “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto, e “Avesso da pele”, de Jeferson Tenório, foram postas lado a lado, numa fantástica imersão ao mundo dos personagens principais. Usando a perspectiva da literatura comparada e a tendência histórico-crítica, o grupo responsável explorou o universo do cotidiano dos protagonistas, através de uma observação sociológica crítica, apontando a crise de valores morais, o acentuado preconceito racial e a discriminação por parte das autoridades que atravessa as duas obras, em um comparativo histórico que impresssionou a todos.
Trazendo elementos da música e da arte, a turma fez uma homenagem a todos aqueles que injustamente sofrem perseguições por seus lugares de origem, por sua raça, etnia e posição social, encerrando o evento com a presença dos quatro escritores da Mesa deste ano, devidamente trajados e com suas obras amplamente conhecidas em mãos, momento especial para fotos, autógrafos e um belo coquetel organizado pela EFA.