Eu tenho um amigo que já foi juiz de pingue-pongue. Aposto que poucas pessoas podem dizer isso. Afinal, você já foi juiz de pingue-pongue? E não vale nada que não seja alguma competição do tipo “oficial”. Pois o meu amigo foi! Do torneio “campeões do pingue-pongue" da escola onde estudava. Sim, o tempo aqui é passado, porque já faz alguns anos. Mas o que isso importa?
Bom, a minha descoberta aconteceu há poucos dias. Amigos são assim, a gente vai conhecendo uma coisa nova a cada dia. Pois é, e quando ele me contou não tive dúvida em dizer. “Mas que fria hein!”. No que ele concordou. A rotina de um juiz de pingue-pongue, durante a competição, é ficar balançando a cabeça negativamente de um lado para o outro, observando o jogo e dizendo: bola fora, bola dentro....entre outras coisas do tipo. Isso é bem chato. Pelo menos pra mim. Quer dizer, acho que para todo mundo. Para o meu amigo foi uma experiência trágica. A ponto de quase não conseguir completar a tarefa.
Em menos de duas semanas estaremos escolhendo representantes para o nosso município. São quatro anos em que podemos ficar como um juiz de pingue-pongue, apenas balançando a cabeça negativamente, dizendo bola fora, bola dentro, para cada uma das ações dos nossos futuros representantes. E como eu já disse. ISSO É UMA DROGA! É por isso que a hora de entrar no jogo é agora, votando da melhor maneira possível. Votar é uma das poucas formas que ainda expressam nossa vontade e em que, pelo processo de democracia (ainda com falhas), a vontade da maioria prevalece. O discurso de que um voto não faz diferença é apenas daquelas pessoas com uma enorme vocação para juiz de pingue-pongue. Depois das eleições, ficar balançando a cabeça negativamente não vai adiantar muita coisa. Só para constar, meu amigo, apesar de alguns surtos, foi juiz até o fim do torneio. Fora um torcicolo, ele ficou bem.
* Douglas Dorneles da Rosa - Jornalista da Coordenadoria de Marketing da UNIJUÍ
Viajar entre as cidades de Miraguaí e Tenente Portela para desenvolver oficinas de rádio aos índios da Reserva do Guarita. Esta tem sido a rotina da acadêmica de jornalismo da UNIJUÍ Micheli Armanje. Desde o dia 13 de setembro, quando iniciou os trabalhos no local, a estudante dedica os sábados para orientar, com práticas e teorias de rádio, os índios que atuam na Cacique Fongue FM, a primeira rádio comunitária indígena do país.
As atividades são parte do projeto experimental da acadêmica que está concluindo o curso de jornalismo. Ao todo serão seis oficinas que objetivam mostrar os passos básicos na elaboração de uma programação diversificada, na construção de notícias e boletins de rádio, de como falar em público e melhorar a dicção.
Michele explica que o projeto nasceu da sua percepção de que os índios precisavam de uma orientação para desenvolver um trabalho radiofônico melhor. “Há um ano estive na Rádio para desenvolver um rádio documentário. Foi quando conheci a realidade da Reserva e senti a necessidade de realizar um trabalho mais específico com os locutores da Rádio. Até então eles não tinham nenhum conhecimento sobre questões teóricas e práticas de técnicas de rádio”, conta a estudante. Ela ressalta, também, que o trabalho nas oficinas serve de estímulo aos índios para que eles se qualifiquem antes atuar na Rádio. “Eles podem praticar o que aprendem informalmente, sem precisar fazer essas experiências no ar”, observa.
Campanha para CDs
Além das oficinas, a acadêmica organizou uma campanha de arrecadação de CD’s para serem doados à rádio. Nesta campanha a população poderá fazer a doação de álbuns dos mais variados estilos musicais, para que o acervo musical da Rádio seja ampliado.
A Rádio Comunitária Cacique Fongue foi inaugurada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 19 de abril de 2006, mas desde então vem funcionando sob condições precárias e necessitando de um aparato técnico mais qualificado. Hoje, a rádio só se mantém no ar graças ao esforço que a direção da emissora vem fazendo no sentido de não deixá-la fechar.
As oficinas encerram na próxima segunda-feira, dia 29. A entrega dos CD’s arrecadados na campanha será feita no dia 22 de outubro, quando a aluna volta à reserva indígena para apresentar à comunidade um rádiodocumentário e um vídeodocumentário sobre as oficinas de rádio realizadas na reserva.
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