A Unijuí está aplicando, em Ijuí, os testes da pesquisa que está mapeando o avanço da covid-19 no Estado. Para que este estudo avance e auxilie no enfrentamento desta nova doença, o Programa de Mestrado em Atenção Integral à Saúde, precisa de voluntários, estudantes ou profissionais já formados em uma Graduação. São estes voluntários que vão de casa em casa realizar a pesquisa.
Uma nova etapa da pesquisa vai ser realizada no último fim de semana deste mês de julho, quando serão visitados mais 500 domicílios em Ijuí. O voluntário, que precisa estar cursando uma Graduação ou já ser formado, passará por treinamento e teste rápido antes de ir a campo coletar os dados para o estudo. Acesse o formulário e se inscreva.
A Unijuí é uma Universidade completa, que oferece aos estudantes ensino, pesquisa, extensão e cultura, além de possibilitar a ampliação de horizontes por meio de intercâmbios com instituições de vários países, sendo uma Instituição que desenvolve a internacionalização. Conheça o relato da egressa Carina Talice Stübe Herman de Sousa, que foi para Portugal realizar intercâmbio no último ano de Graduação e mudou completamente a vida:
“Concluí o curso de Farmácia na Unijuí em abril de 2013. No último semestre tive a oportunidade de realizar um período de intercâmbio na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e por aqui estou até hoje!
De fato, a proximidade cultural, a facilidade da língua e principalmente a hospitalidade e simpatia dos portugueses tornaram o Porto um lar. O período de intercâmbio foi uma experiência extremamente enriquecedora a nível profissional, mas especialmente pessoal. Foi a primeira vez que saí para além das fronteiras brasileiras, o que me permitiu sair também da zona de conforto, conhecer novas culturas, ampliar meus horizontes e principalmente aprender a me adaptar. Tive a oportunidade de conhecer alguns países da Europa e da África, mas foi por Portugal que me apaixonei.
Apesar de ter uma área territorial menor que o Estado do Rio Grande do Sul, é um país com uma cultura riquíssima, variadas paisagens e um povo incrível e cordial. A culinária é espetacular de Norte a Sul, passando pelas Ilhas. As grandes cidades como Porto e Lisboa são de uma beleza histórica incrível. Porém, foi o interior de Portugal e a Ilha da Madeira que me surpreenderam pela suas belezas naturais.
Essa experiência do intercâmbio foi tão positiva, que em setembro de 2013, após a formatura, ingressei no Mestrado em Oncologia Clínica, pelo Instituto Português de Oncologia do Porto. Atualmente estou na fase final do Doutoramento em Farmacologia e Toxicologia Experimentais e Clínicas na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, desenvolvo minha pesquisa no Departamento de Farmacologia e Neurobiologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar do Porto (ICBAS-UP). Sinto-me realizada profissionalmente como farmacêutica por poder contribuir na pesquisa de novas ferramentas farmacológicas no tratamento da dor crônica.
A nível pessoal, tive a felicidade de conhecer o meu marido e encontrei nele um companheiro de chimarrão, amante de churrasco e Vinho do Porto! Desde 2017 temos mais um integrante na família, o Luís Henrique, nosso filho Luso-Brasileiro e/ou Gaúcho-Madeirense, que fala com sotaque português com o pai e brasileiro com a mãe!
Sou muito grata à Unijuí e aos professores do curso de Farmácia pela minha formação acadêmica, em especial a professora Angélica Moreira, que foi minha mentora e grande incentivadora na realização do intercâmbio, lá em 2012. Deste-me a oportunidade da minha vida. Muito Obrigada!"
Carina Talice Stübe Herman de Sousa
Cheguei em Portugal, na cidade do Porto, no dia 11 de fevereiro de 2020. Foi uma chegada intensa, conheci muitas pessoas novas, lugares maravilhosos, me encantei por cada pedacinho que cruzei. Conheci a faculdade de Farmácia, que tem uma estrutura enorme, equipamentos de ponta para pesquisa. Conheci também os meus professores orientadores do estágio e todas as pessoas que trabalham nos laboratórios. Tudo encaixou perfeitamente e iniciei os trabalhos juntamente com os passeios pela cidade, até que no dia 07 de março tudo foi interrompido com a notícia de que a faculdade seria fechada por tempo indeterminado. Um aluno do curso tinha sido testado positivo para a covid-19. Foi o primeiro local a ser fechado e uma semana depois todas as universidades e escolas da cidade estavam de portas fechadas. Diferentemente dos outros que poderiam ter aulas online, o meu estágio precisava ser presencial, pois estava fazendo uma formulação em laboratório e os seus respectivos testes.
Era o início da quarentena no país e todos estavam muito perdidos. A orientação dos meus professores foi a seguinte: a faculdade não abriria tão cedo e eu poderia ficar à vontade se quisesse desistir e voltar, mas se permanecesse poderia fazer pesquisas e desenvolver um trabalho inicialmente teórico sobre o tema e assim que possível, retomar às práticas. O pior de tudo isso era não saber o que ia acontecer, se eu iria poder viver a experiência para a qual viajei ou se voltaria só com aquele pouquinho. Decidi ficar e esperar.
Quando a cidade, que antes era muito movimentada, principalmente aos sábados de sol, ficou vazia e triste, foi quando decidimos não sair mais de casa até as coisas regularizarem. No dia 19 de março entramos em estado de emergência, que ficou estabelecido até 02 de maio. Foram 50 dias saindo apenas a cada 15 dias para ir ao supermercado, com cuidados extremos para diminuir as chances de contrair a doença. Senti saudade de tudo o que tinha vivido no primeiro mês, tudo isso com saudade de casa. Um aperto no peito de estar aqui, querer viver essa experiência e não poder fazer absolutamente nada para mudar o que estava afetando o mundo inteiro.
Foram dias pesados e difíceis, sem muitas perspectivas. Tentava, sobretudo, manter a saúde mental. Gradualmente, semana após semana, a partir do dia 02 de maio, alguns locais foram abrindo novamente. Eu pude voltar aos meus lugares favoritos e para a faculdade e então a felicidade e a certeza de que eu fiz a escolha certa em ficar prevaleceram.
A nova normalidade, como eles chamam por aqui, é bem diferente daquela que havia antes. As ordens vão mudando por fases, a cada 15 dias novas atividades são liberadas e a vida lá fora vai voltando pouco a pouco. Existem diversas restrições para fazer qualquer coisa, no entanto, todas elas valem a pena, pois estamos contribuindo com a saúde de todos. O mais importante para aguentar essa jornada foi manter a esperança e equilibrar o sonho de estar aqui com a saúde física e mental. Hoje me sinto mais forte e orgulhosa de mim mesma por ter aguentado este período difícil. Espero que tudo fique bem, tanto aqui quanto no Brasil e que a saúde prevaleça.