A data de hoje, 17 de maio, é considerada “O Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia”. Esta data visa conscientizar a população sobre a luta contra a discriminação dos homossexuais, transexuais e transgêneros. Tem o objetivo de debater os mais variados tipos de preconceitos contra as diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, além de gerar o desenvolvimento de uma conscientização civil sobre a importância da criminalização da homofobia.
De acordo com os dados levantados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) foram mortos em crimes motivados por homofobia no Brasil. O número representa uma vítima a cada 19 horas. O maior número de casos de morte relacionados à homofobia, desde que o monitoramento anual começou a ser elaborado pela entidade há 38 anos.
O preconceito em muitas sociedades impede que gays possam exercer livremente a sua cidadania ou viver em segurança. Alvos de discriminação, são constantemente ameaçados com insultos ou agressões físicas que muitas vezes levam à morte.
No ano de 2016 foram registrados 343 casos representando um aumento de 30% em relação ao ano de 2017, segundo levantamento do GGB. Em relação à maneira como foram mortas as 445 vítimas, em 2017, 136 episódios envolveram o uso de armas de fogo, 111 foram com armas brancas, 58 foram suicídios, 32 ocorreram após espancamento e 22 foram mortos por asfixia. Há ainda registro de violências como o apedrejamento, degolamento e desfiguração do rosto.
A Origem do Dia Internacional Contra a Homofobia
No dia 17 de maio de 1990 o termo “homossexualismo” passou a ser desconsiderado e a homossexualidade foi excluída da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, o reconhecimento ocorreu somente no dia 04 de junho de 2010, por meio do Decreto do Presidente da República, reconhecido oficialmente comi o Dia Nacional de Combate à homofobia.
Confira o relato de Sarah Blauth Fengler, estudante do curso de Engenharia Civil da Unijuí
“Pois, metes dentro e me entregues”. Quem escuta essa frase, soa um tanto estranho ou até mesmo engraçado. Um português me disse essa frase quando eu estava no meu intercâmbio em Portugal. Comecei o meu intercâmbio em setembro de 2017 até fevereiro de 2018. Um semestre que mudou meu modo de pensar profissionalmente, culturalmente e individualmente.
Saber que se você não for no mercado pelo menos uma vez na semana, você passa fome. Saber que se você não aproveitar e lavar a roupa em um dia ensolarado, provavelmente suas roupas ficarão com mau cheiro, secando num quartinho sem ventilação. Saber que a frase “Mãe, me dá uma carona?”, não faz sentido lá. Enfim, são tantas pedras que encontramos no caminho, mas não podemos deixar que elas nos façam tropeçar. Por isso, jantar bolacha, lavar roupa no banho e pegar ônibus, pode até soar com um ar de normalidade para um intercambista.
Como toda novidade, estudar em outra faculdade é muito diferente, ainda mais em um país do outro lado no oceano Atlântico. Todas as faculdades possuem seus métodos de aprendizado e avaliações. E, apesar de tudo estar diferente, você terá que se enquadrar no novo padrão de ensino. Não existe a frase “A gente dá um jeitinho”. Perspicaz, eficiência e força de vontade são palavras chaves para um estudante estrangeiro que tem tudo para dar certo.
É claro que não só de alegrias vive um intercambista. A saudade de casa, da família e dos amigos é o que infelizmente faz o coração ficar apertado. Entretanto, as pessoas que você conhece durante o intercâmbio, tornam-se membros da sua nova família. São através delas que as alegrias e tristezas se manifestam. Pessoas que eram apenas seus amigos tornam-se irmãos, e esses serão guardados para o resto da vida com ótimas lembranças.
E as viagens? Bem, como qualquer pessoa, o tão sonhado desejo de viajar pelo Europa é enfim possível. Em meio aos estudos, fizemos viagens maravilhosas em Portugal, conhecendo as diferentes culturas dentro do país hospedeiro: desde o tradicional galo de Porto até a moderna Lisboa; deslumbrar a Veneza de Portugal e a charmosa Aveiro; conhecer a famosa Universidade de Coimbra; e por fim, assistir o campeonato mundial de surf em Peniche. Quem não conhece, Portugal é majestosa em sua cultura e sua arquitetura.
Após aprovada em todas as disciplinas que estava matriculada, chegou a hora de “Turistar”. E como foi bom! Viajar apenas com uma mochila e saber que durante três semanas vai ser ela, você e o Google Maps. Começamos nosso roteiro em Paris, a cidade estava alagada, mas não impediu a visita em nenhum lugar. Depois o entusiasmo foi voltado para Londres: Palácio de Buckingham, Museu de Cera e London Eye. Próximo destino foi Berlim e algumas cidades arredores. Sou suspeita em falar sobre esse assunto, sempre amei a cultura alemã e estar lá então, não tenho palavras para explicar o sentimento que senti lá. Para finalizar, pousamos na Espanha: conhecemos Madrid, Toledo e Sevilha.
Cito um verso do poeta português Fernando Pessoa “Tudo o que é bom, dura o tempo necessário para ser inesquecível”. Cada segundo desse intercâmbio ficará guardado: os estudos, as amizades, as experiências pessoais e as viagens. Experiências que nos inspiram a melhorar, a manter o foco e a dar valor para simples gestos. Enfim, e a famosa frase que citei no início “Pois, metes dentro e me entregues”, não será mais estranha, já que em português brasileiro poderia ser simplesmente traduzida como “Está correto, anexe no trabalho e me entregues”.
Desde quando Naiara Raquel Moura de Paula, estudante de Ciências Contábeis, frequentava a educação básica, Cleunice era sua melhor amiga na escola. Depois veio a educação profissional e a Universidade, e elas permaneceram juntas. Para falar a verdade, a amizade das duas só faz crescer. Cleunice, estudante de Nutrição, conhece Naiara desde os primeiros meses de vida. Elas são mãe e filha.
Na Unijuí, entre um intervalo e outro, as duas se encontram para conversar e contar como foi o dia. No final da aula elas embarcam de volta para casa. Elas moram em Panambi.
Naiara tem motivos para se encher de orgulho da mãe. Cleunice sempre esteve em busca de conhecimento. “Estou sempre em busca de aprender coisas novas e dividir isso com minha filha. É muito bom, nunca desisto das coisas facilmente, embora seja difícil me dividir entre mãe, esposa e universitária”, comenta.
A relação delas sempre teve o apoio constante uma da outra. Nos finais de semana, por exemplo, elas aproveitam para estudar juntas. “Sempre fomos amigas além de mãe e filha, sempre apoiamos os sonhos uma da outra. Depois de adulta o que para mim era divertido se tornou motivo de orgulho”, comenta Naiara.
A rotina das duas é um pouco diferente até chegar na Universidade. A filha trabalha em uma empresa de informática e a mãe é estagiária em uma escola de educação infantil, onde desenvolve um trabalho com educação nutricional.
Cleunice tem 46 anos e sempre foi motivo de muita inspiração para a filha. “Minha mãe me ensinou a ser forte, lutar pelos meus sonhos sem deixar de priorizar o mais importante : as pessoas que amamos. Sou uma pessoa de muita sorte por ter a família que tenho, os amigos que tenho e ter a mãe e a amiga na mesma pessoa”, salienta.